(Haverá
uma crítica tão perversa que possa atribuir a minha opinião sobre
la Bruyère à inveja das suas máximas?
Eu
aparo desde já esse golpe, transcrevendo algumas das que compus por
aquele tempo, e rasguei logo depois, por não me parecerem dignas do
prelo. Fi-las num período em que a flor amarela do capítulo 25
tomara a abrir; eram bocejos de enfado. E se não vejam:
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Suporta-se
com paciência a cólica do próximo.
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Matamos
o tempo; o tempo nos enterra.
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Um
cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria
diminuto, se todos andassem de carruagem.
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Crê
em ti; mas nem sempre duvides dos outros.
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Não
se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um
pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.
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Não
te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens,
que de um terceiro andar.)
Machado
de Assis, in Memórias póstumas de Brás Cubas
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