Tenho
uma cadeira de espaldar muito alto
para
o visitante noturno
e,
enquanto levemente balanço entre uma e outra vaga de sono,
ei-lo
— O que chegou de outros mundos —
ali
sentado e sem um movimento.
Talvez
me olhe como se eu fora a branca estátua derribada
de
um deus.
Talvez
me olhe como a uma forma já ultrapassada
(que
tudo o seu espanto e imobilidade pode dizer).
E
eu então — ele ainda deve estar ali! —
levanto-me
e vou cumprindo
todos
os meus rituais.
Todos
os estranhos rituais de minha condição e espécie.
Religiosamente.
Cheio de humildade e orgulho.
Mário
Quintana
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