No
olho da rua,
a
verdade é nua, crua, abusada.
No
olho da rua,
não
se esconde nada,
não
se tem cantos, gavetas,
alçapões,
caixas pretas,
ou
velhos porões debaixo da escada.
Sem
esconderijo atrás da cortina,
apenas
os passos que pisam esquinas,
amassam
saudades na pedra molhada.
Flora
Figueiredo
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