Meu
verso, temo, vem do berço.
Não
versejo porque eu quero,
versejo
quando converso
e
converso por conversar.
Pra
que sirvo senão pra isto,
pra
ser vinte e pra ser visto,
pra
ser versa e pra ser vice,
pra
ser a supersuperfície
onde
o verbo vem ser mais?
Não
sirvo pra observar.
Verso,
persevero e conservo
um
susto de quem se perde
no
exato lugar onde está.
Onde
estará meu verso?
Em
algum lugar de um lugar,
onde
o avesso do inverso
começa
a ver e ficar.
mais
prosas que eu perverta,
não
permita Deus que eu perca
meu
jeito de versejar.
Paulo
Leminski
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