“Estamos
todos ligados à fortuna: para uns a cadeia é de ouro e frouxa, para
outros é apertada e grosseira; mas que importa? Todos os homens
participam do mesmo cativeiro, e aqueles que encadeiam os outros, não
são menos algemados; pois tu não afirmarás, suponho eu, que os
ferros são menos pesados quando levados no braço esquerdo. As
honras prendem este, a riqueza aquele outro; este leva o peso de sua
nobreza, aquele o de sua obscuridade; um curva a cabeça sob a
tirania; a este sua permanência num lugar é imposta pelo exílio,
àquele outro pelo sacerdócio. Toda a vida é uma escravidão. É
preciso, pois, acostumar-se à sua condição, queixando-se o menos
possível e não deixando escapar nenhuma das vantagens que ela possa
oferecer: nenhum destino é tão insuportável que uma alma razoável
não encontre qualquer coisa para consolo.”
Sêneca,
in
Da
Tranquilidade
da Alma
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