Musa
pegou no meu braço. Apertou.
Fiquei
excitadinho pra mulher.
Levei
ela pra um lugar ermo (que eu tinha que fazer uma lírica):
— Musa,
sopre de leve em meus ouvidos a doce poesia,
a
de perdão para os homens, porém… quero seleção, ouviu?
— Pois
sim, gafanhoto, mas arreda a mão daí que a hora é imprópria, sá?
Minha
musa sabe asneirinhas
Que
não deviam de andar
Nem
na boca de um cachorro!
Um
dia briguei com Ela
Fui
pra debaixo da Lua
E
pedi uma inspiração:
— Essa
Lua que nas poesias dantes fazia papel principal,
não
quero nem pra meu cavalo;
e
até logo, vou gozar da vida;
vocês
poetas são uns intersexuais…
E
por de japa ajuntou:
— Tenho
uma coleguinha que lida com sonetos de dor de corno;
por
que não vai nela?
Manoel
de Barros
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