quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Uma leoa chamada Nara

A pobre menina rica de Vinícius de Moraes, a musa da Bossa Nova, a moça dos joelhos mais bonitos da MPB, a voz dos desconhecidos da música, a garota da Banda, o açúcar com afeto de Chico Buarque, a mãe da Isabel e do Francisco, a mulher doce e de opinião forte. Essa foi Nara Leão. Uma das presenças femininas mais marcantes da música brasileira.
A bela e doce menina Nara, sempre cercada por personas importantes do âmbito musical, sentiu despertar seu interesse pela música muito cedo. Ainda com 14 anos, em meados de 1956, começou a ter aulas de violão com dois daqueles que seriam grandes influenciadores da sua carreira Carlos Lyra e Roberto Menescal. E, desde então, não tirou mais o instrumento de debaixo do braço.

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Se alguém perguntar por mim/Diz que fui por aí/Levando o violão embaixo do braço” (Diz que fui por aí - Zé Keti e H. Rocha, interpretada por Nara Leão).
Em sua casa, todas as noites, dizem que aconteciam reuniões que deram início à Bossa Nova. Ronaldo Bôscoli, com quem teve um romance, Carlos Lyra e Roberto Menescal, seus mentores musicais, eram alguns dos que participavam desses famosos encontros. Sempre muito tímida, Nara custou a aceitar que tinha voz e potencial para seguir uma carreira artística. Mas não tardou muito para que ela se entregasse de corpo, alma e coração à música. Sua estreia profissional nos palcos aconteceu ao lado de ninguém menos que Vinicius de Moraes, na comédia Pobre Menina Rica (1963).
Eu acho que quem me vê crê/Que eu sou feliz/Feliz só porque/Tenho tudo quanto existe/Pra não ser infeliz” (Pobre Menina Rica - Vinicius de Moraes e Carlos Lyra)
Além da Bossa Nova, Nara, levada pelo seu lado político esquerdista, também passou a se interessar pelo chamado samba do morro, com canções contra o regime ditatorial da época. Em 1964, Nara lançou, em parceria com Zé Keti e João do Vale, a peça Opinião, composta em protesto contra as autoridades que queriam retirar as favelas do Rio de Janeiro. Então, de musa da Bossa Nova passou a ser cantora de protesto, mostrando a todos que ela não era apenas uma menininha de classe média que gostava de cantar. Nara tinha personalidade. Uma personalidade que talvez seja até mais lembrada que seu rico repertório musical.
Podem me prender, podem me bater/Podem até deixar-me sem comer/Que eu não mudo de opinião” (Opinião - Nara Leão)
 
 

Veja a matéria completa da Obvious aqui.

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