“O
tempo, o tempo, esse algoz às vezes suave, às vezes terrível
demônio, absoluto, conferindo qualidade a todas as coisas. É ele
ainda hoje e sempre quem decide. E por isso que me curvo cheio de
medo, e erguido em suspense me perguntando qual o momento, qual o
momento preciso da transposição? Que instante, que instante
terrível é esse que marca o salto, que massa de vento, que fundo de
espaço concorre para levar ao limite, o limite em que as coisas já
desprovidas de vibração deixam de ser simplesmente vida na corrente
do dia a dia, para ser vida dos subterrâneos da memória.”
Do
filme: Lavoura
Arcaica,
inspirado na obra de Raduan
Nassar
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