“Que
triste paradoxo, pensou Amalfitano. Nem mais os farmacêuticos ilustrados se
atrevem a grandes obras, imperfeitas, torrenciais, as que abrem caminhos no
desconhecido. Escolhem os exercícios perfeitos dos grandes mestres. Ou o que dá
na mesma: querem ver os grandes mestres em sessões de treino de esgrima, mas
não querem saber dos combates de verdade nos quais os grandes mestres lutam
contra aquilo, esse aquilo que atemoriza a todos nós, esse aquilo que acovarda
e põe na defensiva, e há sangue e ferimentos mortais e fetidez.”
Roberto Bolaño, in 2666
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