Azulejos
azuis. Croché e bordados. Figuras religiosas. Corações de Viana. Garrafões de
vinho. Joana Vasconcelos soube demonstrar a portugalidade (e outras tantas
coisas que não dizem respeito só aos portugueses) e expô-la ao mundo, sendo a
artista portuguesa de maior relevo da sua geração.
Joana Vasconcelos é provavelmente a artista contemporânea portuguesa mais conhecida nos dias que correm. Nome incontornável da sua geração, tem um estilo próprio para se expressar: usando materiais diversos do quotidiano cria formas que nos são simultaneamente estranhas e familiares.
Vasconcelos nasceu em Paris em 1971 mas estudou, vive e trabalha em Lisboa. Em 2000 venceu o prémio EDP Novos Artistas e em 2006 o prémio "The Winner Takes It All". Expõe, regularmente, em Portugal e no estrangeiro, desde meados da década de 1990.
As suas peças são já bastante conhecidas, mas vale
a pena recordar as mais emblemáticas: "Noiva" é um enorme candelabro
composto de tampões OB; as peças "Coração Independente" são réplicas
enormes das famosas jóias de Viana do Castelo, compostas por talheres de
plástico moldados; "Cinderela" é um sapato gigante composto por
panelas; "Contaminação" é um emaranhado de trapos com cores berrantes
que se estende em vários metros de comprimento. Famosas são também as suas
figuras de porcelana, normalmente religiosas e totalmente cobertas por croché.
É claro pela sua já recheada obra, que Joana
Vasconcelos usa referências culturais, objetos quotidianos e materiais e
técnicas populares. Cruzando tradição e modernidade, é das poucas artistas que
conseguiu o difícil equilíbrio desta dicotomia mantendo-se fiel à essência do
"ser português" e procurando na História e nos costumes lusitanos um
complemento para o seu trabalho. Definitivamente, uma artista cujo percurso
merece ser seguido.
Fonte: obviousmag.org, por Diana Guerra
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