Simona
Talma volta a ficar só no palco. Após a vitoriosa parceria com Luiz Gadelha, em
um ano corrido todo dedicado ao rock 'n roll, a cantora e compositora retoma o
microfone só para si e lançará o novo trabalho solo, "Bang", entre as
apresentações do Circuito Cultural Ribeira, que volta neste domingo. O show, às
21h30 no Centro Cultural DoSol, mostrará que Simona se abriu para novas
sonoridades, mas não deixou a melancolia característica de lado.
"A
banda é diferente, o produtor é diferente, e eu estou diferente", brinca
Simona. "Bang" foi produzido por Anderson Foca (Incubadora) e
Henrique Geladeira, e tem parcerias com Khrystal, Clara Pinheiro, Luiz Gadelha
e Fernando Suassuna (Mad Dogs). A banda é formada por Willames Costa (baixo acústico,
piano e acordeom), Toni Gregório (guitarra, violão e bandolim), Daniel Garça
(bateria), Micael Martins (gaitas) e Henrique Geladeira (guitarra, baixo).
"Bang"
é seu segundo disco solo após "A moça mais vagal que há", de 2005.
Nesse meio tempo ela ainda trabalhou em parcerias como "Pra que serve a
música?", do Projeto Retrovisor, e "Matando o amor", como Talma &
Gadelha. O projeto com Gadelha, que explorou a fundo as sonoridades de um
'indie' rock melódico, foi a experiência que mais afetou Simona. "Eu
sempre trabalhei com rock, de uma forma ou de outra, mas com o Gadelha a coisa
ficou mais intensa. Alterou minha postura no palco e me influenciou
bastante", diz. Mas "Bang" não é uma continuação de
"Matando o amor". "Meu estilo de música sempre foi a fusão. É
normal eu trabalhar dois gêneros musicais numa mesma canção. No novo disco
exploro muito isso", explica. Portanto, o novo álbum traz rocksteady (um
ancestral do reggae), rockabilly, r&B, rock, jazz e blues arrastado.
"Eu quis fazer um disco de música livre, mais solta, sem amarras. O blues
é uma música conservadora, não poderia me amarrar só a ele. As músicas são bem
espontâneas, gravamos o que saiu na hora", diz.
Uma
coisa no meio da sonoridade diversa não mudou: a predileção de Simona pela dor
de cotovelo. "A fossa é minha praia, não tem jeito. Eu me divirto cantando
sobre a tristeza. Cada um com seus problemas", diverte-se. A cantora fala
que às vezes confundem seu personagem boêmio com ela mesma. "Fiz uma
música sobre isso, chamada 'A moça sozinha'. É uma resposta a quem acha que só
vivo na boêmia. Não à toa, é a música mais esquisita do disco", diz.
Os novos fãs, conquistados com o Talma & Gadelha, não
estranharão seu projeto solo. Pelo contrário. "É incrível como a molecada
mais nova tem a mente aberta. Eles procuraram meus discos antigos, gostaram, e
sabem tudo sobre minha carreira passada. Diferente dos fãs antigos, que são
mais conservadores e não gostam do que fiz com Gadelha."
Fonte: www.tribunadonorte.com.br
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