sábado, 17 de março de 2012

O ser humano


O ser humano já nasce
Com o destino de ser
Fanático pelo poder...
E, louco por recompensa,
Faz guerra pelo domínio
De tudo que a vista alcança,
E luta na esperança
De ser dono do que pensa.

Movido pela ganância,
Cobiça o que é alheio
Sem perceber que é feio
Querer o que não é seu...
Quer ganhar as coisas grandes
Com atitudes pequenas,
Podendo querer apenas
Aquilo que Deus lhe deu.

Pelas costas trai quem faz
Favor à sua pessoa...
Quando tem muito, caçoa
De quem quase nada tem.
Mente pra ter o que quer,
Rouba pra acumular,
Pede, mas não sabe dar
Nada que tem a ninguém.

Sorri quando alguém chora
De dor e necessidade...
Não faz uma caridade
Pra ver o próximo feliz...
De todo mundo recebe
O bem, mas não corresponde,
Promete, mas se esconde
Pra não fazer o que diz.

Constrói bomba nuclear
E míssil de grande alcance,
Pra não dar nenhuma chance
Da vítima se defender...
E lava a terra com sangue
Sem remorso e piedade,
Porque a impunidade
Reina pra lhe proteger.

O homem junta dinheiro,
Prédio, gado, terra e ouro,
Mas todo esse tesouro
Que preserva, não é dele...
No dia que ele morre,
Do que tem não leva nada...
Porque a última morada
Só cabe o caixão e ele.

José Ribamar, in Espelho de Carne e Osso. Poeta e repentista de Craúbas – RN, radicado em Mossoró – RN.



 
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