Não, a gente não se contenta.
Quando pode, não quer.
Quando quer, não pode.
E segue querendo sem poder. E podendo sem saber se quer.
Hoje descobri que posso querer e poder misturado. Isso graças a Maria
(sobrinha de 6 anos) que ligou para perguntar:
- Tia, estou contruindo uma máquina do tempo. Tu quer vir me ajudar?
Como eu não pensei nisso antes? Tudo que eu preciso nesta breve e
superficial existência é uma máquina do tempo! Que venha, claro, com uma
tecnologia by Steve Jobs com direito a tirar fotos com Instagram da semana de
arte moderna de 1922.
Tudo indica que Maria (cujo sobrenome deveria ser Jobs) será a
responsável por essa inovação tecnológica. Arrumou dois amiguinhos e
está juntando uma caixa de geladeira com clips e chicletes (Magaiver feelings)
e jura, com a convicção dos que mudaram o
mundo, que ainda esta semana vai visitar os dinossauros.
- Quando tu voltar, posso dar uma passadinha na minha vida daqui há 10
anos? 2022 está ótimo pra mim! Não vou demorar, prometo.
Hummm, pensando bem, melhor não. Vai que eu me decepciono com o eu do
futuro e corto os pulsos por lá mesmo!
Não, não quero daqui há 10 anos. Muito menos minha vida de 10 anos atrás.
Quero o hoje e quero agora!
Não quero conjugar minha vida do pretérito (mesmo que ele seja o perfeito
ou o mais-que-perfeito) nem no futuro do indicativo.
Quero uma vida conjugada toda no presente ou, no máximo, no gerúndio. Estou
amando, beijando, abraçando é muito mais legal do que
amarei ou beijarei.
Então, vou deixar Maria planejar o futuro e visitar o passado, enquanto
eu me resolvo no presente mesmo!
Téta
Barbosa, in Besta Fubana
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