“Quando
se escreve é não somente para ser compreendido, mas também para não o ser. Um livro
não fica diminuído pelo fato de um indivíduo qualquer o achar obscuro: esta
obscuridade entrava talvez nas intenções do autor, não queria ser compreendido
por qualquer bicho careta. Qualquer espírito um pouco distinto, qualquer gosto
um pouco elevado escolhe os seus auditores; ao escolhê-los fecha a porta aos
outros. As regras delicadas de um estilo nascem todas daí; são feitas para
afastar, para manter a distância, para condenar o “acesso” de uma obra; para
impedir alguns de compreender, e para abrir o ouvido aos outros, os tímpanos
que nos são parentes”.
Friedrich
Nietzsche, in A Gaia Ciência
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