terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O derradeiro verso do folclorista

Entre carrancas e livros, na foto de Giovanni Sérgio: Deífilo era um verdadeiro entusiasta e batalhador das tradições imateriais. Costumava catalogar tudo o que via em suas viagens e encontros. Orgulhava-se de ter descoberto a romanceira Dona Militana.
Morre, aos 85 anos, o poeta e pesquisador Deífilo Gurgel, o homem que, com seriedade e abnegação, dedicou sua vida às pesquisas das danças populares e romanceiros de origem medieval.

Este foi um homem feliz.
Trabalhou em silêncio,
sua ração cotidiana
de humildes aleg(o)rias
Nunca o seduziu a glória dos humanos
Nem a eternidade dos deuses.
Fez o que tinha de fazer:
repartiu o seu pão entre os humildes,
defendeu como pôde os ofendidos,
semeou esperanças entre os justos,
e partiu, como tinha de partir -
feliz com sua vida e sua morte.

O poema "Epitáfio", escrito em 1994 por Deífilo Gurgel,  comprova que o próprio poeta, escritor, pesquisador, professor e folclorista tinha a certeza do dever cumprido há quase duas décadas. E isso, de certa forma, conforta.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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