Pousa no papel de leve,
A pluma de um verso imberbe.
Sem peso e sem gravidade
Ao vento flutua, incerto.
Não há mão que, firme, o empunhe
Nem há, certeira, a palavra
Que armá-lo em seus ossos possa
E a ele se prenda, escrava.
E a ele se agarre, invicta,
Nos expoentes da luta
E delineie o sentido
Que a maré vazante esboça.
E vá se emplumando em signos
Nas densas hastes do ritmo
E coreografe o minuto
Onde o verbo se faz carne.
Ah, que a palavra desate
O cativo, implume pássaro!
E nele exercite a arte
De livre voar, incólume.
E explodir, absoluto.
Maria Thereza Belisário de Noronha, poetisa mineira
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