— Um
amigo daquele escritor baiano me disse que sempre que a gente lhe
pede alguma coisa, ele responde: — Não tem poblema...
Eu
devo alguns favores a esse escritor, mas, com franqueza, nunca
reparei nessa elisão do r que torna a palavra tão mais
suave. Um sujeito que morou muito tempo na Bahia comentou a respeito:
— Mas isso não é só ele, não. É a pronúncia baiana.
Os
baianos têm razão: quando um problema deixa de ser problema para
ser poblema, ele fica mais fácil de falar e de resolver.
Rubem Braga, em Recado de primavera
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