(para
você, A. C., temerosa, rosa, azul-celeste)
Pirataria
em pleno ar.
A
faca nas costelas da aeromoça.
Flocos
despencando pelos cantos dos
lábios
e casquinhas que suguei atrás
da porta.
Ser
a greta,
o
garbo,
a
eterna liu-chiang dos postais vermelhos.
Latejar
os túneis lua azul celestial azul.
Degolar,
atemorizar, apertar
o
cinto o senso a mancha
roxa
na coxa: calores lunares,
copas
de champã, charutos úmidos de
licores
chineses nas alturas.
Metálico
torpor na barrigada baleia.
Da
cabine o profeta feio,
de
bandeja.
Três
misses sapatinho fino alto esmalte nau
dos
insensatos supervoos
rasantes
ao luar
despetaladamente
pelada
pedalar
sem cócegas sem súcubos
incomparável
poltrona reclinável.
Ana Cristina Cesar, em Cenas de abril
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