domingo, 26 de abril de 2020

A fome

A primavera do ano já estava despontando, quando Castor Cinza terminou a sua longa viagem. Era abril, e Caninos Brancos tinha um ano quando entrou na vila natal e foi desarreado por Mit-sah. Embora ainda longe do pleno crescimento, Caninos Brancos, depois de Lip-lip, era o maior filhote de um ano da vila. Tanto do pai, o lobo, como de Kiche, ele tinha herdado a estatura e a força, e já estava à altura dos cachorros adultos. Mas ainda não crescera em peso. Seu corpo era esbelto e esguio, e a sua força mais fibrosa que maciça. Seu pelo era o verdadeiro cinza de lobo, e ao que tudo indicava ele mesmo era um verdadeiro lobo. O quarto de linhagem de cachorro que herdara de Kiche não tinha deixado marca física em Caninos Brancos, embora desempenhasse seu papel na sua constituição mental.
Ele passeou pela vila, reconhecendo com uma serena satisfação os vários deuses que tinha conhecido antes da longa viagem. Depois havia os cachorros, filhotes crescendo como ele próprio, e os cachorros adultos que não pareciam tão grandes e formidáveis como nas lembranças que deles guardava. Além disso, tinha menos medo deles do que antes, caminhando no seu meio com uma certa tranquilidade descuidada que lhe era tão nova quanto agradável.
Havia Baseek, um velho cachorro grisalho que nos seus dias mais jovens só precisava mostrar as presas para fazer Caninos Brancos dar meia volta encolhido de medo. Com ele Caninos Brancos tinha aprendido muito sobre a sua própria insignificância, e com ele devia agora aprender muito sobre a mudança e o desenvolvimento que tinha ocorrido nele próprio. Enquanto Baseek tornava-se mais fraco com a idade, Caninos Brancos tornava-se mais forte com a juventude.
Foi no corte de um alce, recém-morto, que Caninos Brancos aprendeu como tinham mudado as suas relações com o mundo dos cachorros. Ele pegara para si uma pata e parte da tíbia, à qual estava ligado um bom pedaço de carne. Afastado do amontoado dos outros cachorros – na verdade, atrás de uma moita, longe dos olhos de todos –, estava devorando o seu pedaço, quando Baseek precipitou-se sobre ele. Antes que soubesse o que estava fazendo, Caninos Brancos já mordera o intruso duas vezes e saltara para longe. Baseek foi surpreendido pela temeridade e rapidez do ataque do outro. Ficou olhando estupidamente para Caninos Brancos, a tíbia vermelha e crua entre eles.
Baseek estava velho, e já tivera a oportunidade de conhecer a coragem crescente dos cachorros que antes costumava maltratar. Experiências amargas, que engolia à força, reunindo toda a sua sabedoria para enfrentá-las. Nos dias passados, teria pulado sobre Caninos Brancos numa fúria cheia de razões. Mas agora os seus poderes em declínio não lhe permitiam essa atitude. Eriçou o pelo com ferocidade e olhou sinistramente sobre a tíbia para Caninos Brancos. Esse, ressuscitando grande parte do antigo temor reverente, pareceu esmorecer, encolher-se e apequenar-se, enquanto procurava na sua mente um meio de bater em retirada de um modo que não fosse demasiado inglório.
E foi nesse momento que Baseek errou. Se tivesse se contentado em olhar feroz e sinistramente, tudo teria saído bem. Prestes a bater em retirada, Caninos Brancos teria se afastado, deixando-lhe o pedaço de carne. Mas Baseek não esperou. Considerou que a vitória já era sua, e avançou para a carne. Enquanto inclinava a cabeça descuidado para cheirá-la, Caninos Brancos eriçou um pouco o pelo. Mesmo então, ainda não era tarde demais para que Baseek salvasse a situação. Se tivesse simplesmente parado sobre o pedaço de carne, a cabeça erguida e o olhar furioso, Caninos Brancos teria acabado por se afastar furtivamente. Mas a carne fresca cheirava forte nas narinas de Baseek, e a ganância o forçou a pegar um pedaço.
Isso foi demais para Caninos Brancos. Com a lembrança recente de seus meses de domínio sobre os companheiros da matilha do trenó, estava acima de seu autocontrole ficar sem fazer nada, enquanto outro devorava a carne que lhe pertencia. Atacou, segundo seu costume, sem avisar. Com a primeira mordida, a orelha direita de Baseek foi rasgada em tiras. O cachorro mais velho ficou espantado com a subitaneidade do ataque. Porém mais coisas, e coisas muito atrozes, estavam acontecendo com igual subitaneidade. Ele foi derrubado. A garganta foi mordida. Enquanto lutava para se pôr de novo em pé, o cachorro jovem enterrou os dentes duas vezes no seu ombro. A rapidez de tudo era estonteante. Baseek atacou em vão Caninos Brancos, cortando o ar vazio com uma mordida ultrajada. No momento seguinte, seu focinho estava aberto e ele se afastava cambaleante do pedaço de carne.
A situação era agora invertida. Caninos Brancos estava sobre a tíbia, o pelo eriçado e o olhar ameaçador, enquanto Baseek mantinha-se um pouco afastado, preparando a retirada. Não ousou arriscar uma luta com esse jovem relâmpago, e novamente teve consciência, ainda com mais amargura, do enfraquecimento da velhice que se aproximava. A sua tentativa de manter a dignidade foi heroica. Virando calmamente as costas para o jovem cachorro e a tíbia, como se ambos estivessem abaixo da sua atenção e não merecessem a sua consideração, ele se afastou com passos largos e grandiosos. Nem parou, enquanto ainda estava à vista de todos, para lamber as feridas sangrentas.
O efeito em Caninos Brancos foi adquirir mais confiança em si mesmo, e um orgulho maior. Caminhava menos de mansinho entre os cachorros adultos, e sua atitude para com eles era menos transigente. Não que deixasse seus afazeres para procurar encrenca. Longe disso. Mas naquilo que fazia exigia consideração. Insistia no seu direito de seguir o seu caminho sem ser molestado, e não dava passagem a nenhum outro cachorro. Ele tinha de ser levado em consideração, só isso. Já não devia ser desconsiderado e ignorado, como era o bando de filhotes e como continuava a ser o bando de filhotes que eram seus companheiros na matilha do trenó. Eles saíam do caminho, abriam passagem para os cachorros adultos, e deixavam que outros comessem a sua carne sob coação. Mas Caninos Brancos, sem companhia, solitário, sinistro, mal olhando para a direita e para a esquerda, temível, de aspecto ameaçador, distante e alheio, era aceito como um igual pelos perplexos cachorros mais velhos. Todos aprenderam rapidamente a deixá-lo em paz, não se arriscando a travar hostilidades, nem a dar mostras de grande amizade. Se o deixavam sozinho, ele os deixava sozinhos – uma situação que, depois de algumas lutas, achavam ser preeminentemente desejável.
No meio do verão, Caninos Brancos teve uma experiência. Caminhando na sua maneira silenciosa para investigar uma nova tenda que fora armada na beira da vila enquanto ele estava fora com os caçadores perseguindo alces, deu de cara com Kiche. Parou e olhou para a mãe. Lembrava-se dela vagamente, mas ele lembrava-se dela, o que era mais do que se podia dizer da mãe. Ela ergueu o lábio para ele no antigo rosnado de ameaça, e a sua lembrança tornou-se nítida. A sua infância esquecida, tudo o que era associado com esse rosnado familiar, precipitou-se de volta na sua mente. Antes do seu conhecimento dos deuses, ela fora para Caninos Brancos o centro do universo. Os antigos sentimentos familiares daquele tempo retornaram, cresceram dentro de seu ser. Saltou alegremente ao seu encontro, e ela o recebeu com presas cortantes que lhe abriram a bochecha até o osso. Ele não compreendeu. Recuou, confuso e perplexo.
Mas não era culpa de Kiche. Não era da natureza de uma loba mãe lembrar-se dos filhotes de um ano e pouco atrás. Portanto ela não se lembrava de Caninos Brancos. Ele era um animal estranho, um intruso; e a sua atual ninhada de filhotes lhe dava o direito de não gostar dessa intromissão.
Um dos filhotes se espraiou até Caninos Brancos. Eram meio-irmãos, só que não sabiam disso. Caninos Brancos cheirou o filhote com curiosidade, e depois disso Kiche jogou-se em cima dele, abrindo a sua face pela segunda vez. Ele recuou ainda para mais longe. Todas as antigas lembranças e associações morreram mais uma vez e foram enterradas na sepultura de onde tinham sido ressuscitadas. Ele olhou para Kiche que lambia o filhote, parando de vez em quando para lhe rosnar. Ela já não tinha valor para Caninos Brancos. Ele aprendera a se virar sem ela. O seu significado estava esquecido. Não havia lugar para ela no seu esquema de vida, assim como não havia lugar para ele no esquema de vida de Kiche.
Ele ainda estava parado, estúpido e perplexo, as lembranças esquecidas, perguntando-se o que tudo aquilo queria dizer, quando Kiche o atacou uma terceira vez, decidida a afastá-lo completamente da vizinhança. E Caninos Brancos deixou que ela o afastasse. Tratava-se de uma fêmea, e era uma lei da sua espécie que os machos não deviam lutar com as fêmeas. Ele nada sabia dessa lei, pois não era uma generalização da sua mente, nem um conhecimento adquirido pela experiência no mundo. Ele a conhecia por um estímulo secreto, como um impulso do instinto – do mesmo instinto que o fazia uivar para a lua e as estrelas, e que o levava a temer a morte e o desconhecido.
Os meses se passaram. Caninos Brancos tornou-se mais forte, mais pesado e mais compacto, enquanto o seu caráter desenvolvia-se segundo as linhas traçadas pela sua hereditariedade e seu meio ambiente. O seu legado hereditário era uma matéria de vida que podia ser comparada com a argila. Possuía muitas possibilidades, era capaz de ser modelada em muitas formas diferentes. O meio ambiente serviu para modelar a argila, dar-lhe uma forma particular. Assim, se Caninos Brancos nunca tivesse se aproximado dos fogos do homem, a Floresta o teria moldado num verdadeiro lobo. Mas os deuses lhe tinham proporcionado um ambiente diferente, e ele foi moldado num cachorro que tinha muito de lobo, mas que era um cachorro, e não um lobo.
E assim, segundo a argila de sua natureza e a pressão das circunstâncias, o seu caráter estava sendo moldado de uma certa forma particular. Não havia como escapar disso. Estava se tornando mais sinistro, mais insociável, mais solitário, mais feroz, enquanto os cachorros aprendiam cada vez mais que era melhor a paz do que a guerra com ele, e a cada dia que passava Castor Cinza mais o valorizava.
Parecendo adquirir força em todas as suas qualidades, Caninos Brancos ainda assim sofria de uma fraqueza constante. Ele não tolerava que rissem dele. O riso dos homens era algo odioso. Podiam rir nas suas conversas do que quisessem menos dele, nesse caso ele não se importava. Mas no momento em que o riso se voltava contra Caninos Brancos, ele se enfurecia terrivelmente. Grave, digno, sombrio, um riso o alucinava de um modo que beirava o ridículo. Sentia-se tão ultrajado que por horas comportava-se como um demônio. E ai do cachorro que nesses momentos se metesse com ele! Conhecia muito bem a lei para descarregar a raiva em cima de Castor Cinza; por trás de Castor Cinza havia um macete e a cabeça de um deus. Mas por trás dos cachorros não havia senão espaço, e para esse espaço eles fugiam quando Caninos Brancos aparecia, enlouquecido por algum riso.
No terceiro ano de sua vida na vila, uma grande fome acometeu os índios do Mackenzie. No verão, os peixes não apareceram. No inverno, o caribu abandonou a sua trilha costumeira. Os alces eram escassos, os coelhos quase desapareceram, os animais caçadores e de rapina morreram. Sem o seu habitual suprimento de comida, enfraquecidos pela fome, eles se atacavam e devoravam uns aos outros. Apenas os fortes sobreviveram. Os deuses de Caninos Brancos eram também animais caçadores. Os velhos e os fracos dentre eles morreram de fome. Havia choro na vila, onde as mulheres e as crianças ficavam sem comida, para que o pouco que restava alimentasse as barrigas dos caçadores magros e de olheiras fundas que caminhavam pela floresta numa busca vã de carne.
A tais extremos foram levados os deuses que chegavam a comer o couro macio de seus mocassins e luvas, enquanto os cachorros comiam os arreios nos lombos e até as correias do chicote. Além disso, os cachorros se comiam uns aos outros, e os deuses também comiam os cachorros. Os mais fracos e sem valor foram comidos primeiro. Os cachorros ainda vivos observavam e compreendiam. Alguns dos mais audazes e sábios abandonavam os fogos dos deuses, que tinham se tornado matadouros, e fugiam para a floresta, onde acabavam morrendo de fome ou eram comidos por lobos.
Nesse tempo de desgraça, Caninos Brancos também fugiu para a mata. Era mais apto para a vida do que os outros cachorros, pois tinha o treinamento da sua infância para guiá-lo. Tornou-se especialmente adepto de espreitar coisas vivas pequenas. Ele ficava deitado oculto por horas, seguindo os movimentos de um esquilo cauteloso, esperando, com uma paciência tão imensa quanto a fome que sentia, que o esquilo arriscasse vir para o chão. Mesmo então, Caninos Brancos não agia de modo precipitado. Esperava até estar seguro de poder atacar, antes que o esquilo chegasse ao refúgio de uma árvore. Então, e só então, ele se lançava como um raio do seu esconderijo, um projétil cinza, incrivelmente rápido, jamais errando o seu alvo – o esquilo em fuga que nunca era bastante veloz.
Por mais sucesso que tivesse com os esquilos, havia uma dificuldade que o impedia de viver e engordar com a carne deles. Não havia esquilos suficientes. Por isso, era levado a caçar coisas ainda menores. Tão aguda era a sua fome em certas ocasiões que não achava indigno desencovar ratos silvestres das suas tocas no chão. Nem desdenhava combater uma doninha, tão faminta como ele próprio, e muitas vezes mais feroz.
Nos piores picos da fome, ele voltava furtivo para os fogos dos deuses. Mas não se aproximava das fogueiras. Andava furtivo na floresta, evitando ser descoberto e roubando as armadilhas nos raros intervalos em que se pegava alguma caça. Até roubou um coelho da armadilha de Castor Cinza numa época em que Castor Cinza cambaleava trôpego pela floresta, sentando-se frequentemente para descansar, devido à fraqueza e falta de fôlego.
Certo dia Caninos Brancos encontrou um lobo jovem, magro e descarnado, desconjuntado de fome. Se ele próprio não estivesse faminto, Caninos Brancos poderia ter seguido com o companheiro e acabado no bando entre seus irmãos selvagens. Nas circunstâncias, derrubou o lobo jovem, matou e comeu.
A sorte parecia favorecê-lo. Sempre quando mais premido pela fome, ele descobria algo para matar. Além disso, quando estava fraco, tinha a sorte de nenhum dos animais de rapina maiores o encontrar por acaso. Da mesma forma, ele estava com a força que os dois dias de uma ração de lince lhe tinha dado, quando deu de cara com o bando de lobos famintos. Foi uma perseguição longa e cruel, mas ele estava mais bem nutrido que os outros, e acabou escapando. E não apenas escapou, mas, dando grandes voltas em torno da própria trilha, apanhou um de seus exaustos perseguidores.
Depois disso, saiu daquela região e rumou para o vale onde tinha nascido. Ali, na antiga toca, encontrou Kiche. Às voltas com seus antigos truques, ela também fugira das fogueiras inóspitas dos deuses e retornara para seu antigo refúgio a fim de parir os filhotes. Dessa ninhada restava vivo apenas um lobinho, quando Caninos Brancos apareceu na cena, e ele não estava destinado a viver por muito tempo. A vida jovem tinha poucas chances numa escassez daquelas.
O modo como Kiche saudou seu filho crescido foi tudo menos afetuoso. Mas Caninos Brancos não se importou. Ele já deixara a mãe para trás. Assim virou as costas filosoficamente e seguiu corrente acima. Nos braços da corrente, tomou a curva para a esquerda, onde encontrou a toca do lince com quem a mãe e ele tinham lutado há muito tempo. Ali, na toca abandonada, acomodou-se e descansou por um dia.
Durante o começo do verão, nos últimos dias da fome, encontrou Lip-lip, que tinha igualmente fugido para a mata, onde levara uma existência miserável. Caninos Brancos deparou-se com ele inesperadamente. Caminhando em direções opostas ao longo da base de um penhasco elevado, eles rodearam um canto da rocha e descobriram-se face a face. Pararam com um alarme instantâneo, e olharam suspeitosamente um para o outro.
Caninos Brancos estava numa forma esplêndida. A sua caçada fora boa, e durante uma semana comera o suficiente. Estava até empanturrado com a caça mais recente. Mas, assim que viu Lip-lip, seu pelo encrespou-se ao longo de todo o lombo. Era um eriçar involuntário da sua parte, o estado físico que no passado sempre acompanhara o estado mental nele produzido pelos maus tratos e perseguição de Lip-lip. Assim como no passado eriçara o pelo e rosnara à vista de Lip-lip, agora também, automaticamente, eriçou o pelo e rosnou. Tudo foi cumprido de forma cabal e sem demora. Lip-lip tentou recuar, mas Caninos Brancos o atacou com força, ombro a ombro. Lip-lip foi derrubado e rolou sobre o lombo. Os dentes de Caninos Brancos mergulharam na garganta magra. Houve uma luta mortal, durante a qual Caninos Brancos caminhou ao redor, as patas enrijecidas e observando a cena. Depois retomou o seu curso e continuou a trotar ao longo da base do penhasco.
Certo dia, não muito tempo depois disso, chegou à orla da floresta, onde um trecho estreito de clareira descia para o Mackenzie. Já estivera naquele terreno antes, quando ainda estava vazio, mas agora uma vila o ocupava. Ainda escondido entre as árvores, parou para estudar a situação. Visões, sons e cheiros lhe eram familiares. Era a antiga vila que se mudara para um novo lugar. Mas as visões, sons e cheiros eram diferentes daqueles que sentira por último, quando fugira para a mata. Não havia choros nem gemidos. Sons satisfeitos saudavam seus ouvidos, e quando ele escutou a voz zangada de uma mulher, percebeu que era a raiva que provém de um estômago cheio. E havia no ar um cheiro de peixe. Havia comida. A fome se fora. Saiu ousadamente da floresta e entrou no acampamento, indo direto para a tenda de Castor Cinza. Castor Cinza não estava, mas Kloo-kooch o acolheu com gritos de alegria e um peixe fresco inteiro, e ele deitou-se para esperar a chegada de Castor Cinza.
Jack London, in Caninos Brancos

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