Ele foi uma borboleta e uma abelha. No
ringue, ele flutuava e picava.
Em 1967, Muhammad Ali, nascido Cassius
Clay, se recusou a vestir um uniforme.
“Não tenho nada contra nenhum
vietcongue”, ele disse. “Nenhum vietnamita nunca me chamou de
‘preto’”.
Eles o chamaram de traidor. Eles o
sentenciaram a cinco anos de prisão e o barraram de lutar boxe. Eles
tiraram seu título de campeão do mundo.
A punição se tornou seu troféu. Ao lhe
tirarem a coroa, eles o transformaram em rei.
Anos depois, alguns estudantes
universitários lhe pediram para recitar alguma coisa. E, para eles,
improvisou o poema mais curto na história da literatura:
“Eu,
nós”.
Eduardo
Galeano, in
Espelhos – uma história quase
universal
Tu saca quem fez essa imagem?
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