quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Tristeza

Tristeza é isto, quando o belo e a despedida coincidem. O que revela o nosso próprio segredo, dilacerados entre o belo, que nos tomaria eternamente felizes, e os nossos braços, curtos demais para segurá-lo.
O pôr do sol é triste porque nos conta que somos como ele: infinitamente belos em nossas cores, infinitamente nostálgicos em nosso adeus. A tristeza é o espaço entre o belo e o efêmero, de onde nasce a poesia.
Brinco com a minha tristeza como quem cuida de uma amiga fiel...
O homem que primeiro plantou uma árvore à cuja sombra nunca se assentaria foi o primeiro a esperar o Messias.” (Buber)
Rubem Alves, in Do universo à jabuticaba

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