Tristeza
é isto, quando o belo e a despedida coincidem. O que revela o nosso
próprio segredo, dilacerados entre o belo, que nos tomaria
eternamente felizes, e os nossos braços, curtos demais para
segurá-lo.
O
pôr do sol é triste porque nos conta que somos como ele:
infinitamente belos em nossas cores, infinitamente nostálgicos em
nosso adeus. A tristeza é o espaço entre o belo e o efêmero, de
onde nasce a poesia.
Brinco
com a minha tristeza como quem cuida de uma amiga fiel...
“O
homem que primeiro plantou uma árvore à cuja sombra nunca se
assentaria foi o primeiro a esperar o Messias.” (Buber)
Rubem
Alves, in Do universo à jabuticaba
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