O
poder que eu quisera é dominar meu medo.
Por
este grande dom troco meu verso, meu dedo,
meus
anéis e colar.
Só
meu colo não ponho no machado,
porque
a vida não é minha.
Com
um braço só, uma só perna,
ou
sem os dois de cada um, vivo e canto.
Mas
com todos e medo, choro tanto
que
temo dar escândalo a meus irmãos.
Mas
venho e vou,
os
‘lobos tristes’ a seu modo louvam.
Nasci
vacum, berro meu
era
só por montar, parir, a boa fome,
os
júbilos ferozes.
As
vacas velhas têm os olhos tristes?
Tristeza
é o nome do castigo de Deus
e
virar santo é reter a alegria.
Isto
eu quero.
Adélia
Prado
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