Lendo
o Journal de Renard. A mãe era terrível. E o seu perfil foi escrito
com ácido. Em contrapartida, tinha a sua mulherzinha — sempre
paciente, jeitosa, compreensiva... Talvez lhe houvesse ele favorecido
o retrato. Ele, o olho fotográfico, que sempre buscou a verdade
malgré-tout, teria caído em tal fraqueza para obter uma
compensação na vida? Pois, se até aos leitores a pobre Marinette
consegue irritar com a sua bondade inalterável, imagine-se ao
marido, velho catador de defeitos nos outros e em si mesmo…
Mário
Quintana, in A vaca e o hipogrifo
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