quinta-feira, 12 de março de 2015

A palavra do cavalo


O vizinho Edilberto veio falar com Letícia. Queria emprestado o nosso cavalo para ir à feira. E ela disse que não, sentia muito. Nem livro nem cavalo se empresta! Edilberto insistiu. Então a Nuvem deu a desculpa de ter ele saído comigo. E Alecrim, o cavalo, relinchou, lá da porteira, onde estávamos. O vizinho se empertigou:
- Posso escutá-lo! – disse.
E Letícia, com delicada altivez, falou:
- Se preferes acreditar na palavra do cavalo a acreditar na minha, não mereces que lhe seja emprestada coisa alguma!”.
Carlos Nejar, in A engenhosa Letícia do Ponta

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