As efêmeras esculturas de som

Por meio de vibrações sonoras nasce uma escultura colorida e indomável, uma forma que vive enquanto houver som. A publicidade põe aqui um grande potencial criativo ao serviço de um objeto quase banal: a impressora.

"A imaginação é mais importante que o conhecimento." Quando Albert Einstein disse tal frase referia-se à indispensável criatividade, a qual nos permite, sobretudo, celebrar a arte de inusitadas maneiras. Reunir formas, cores, sons, movimentos e ideias em uma única performance é uma delas.

A renomada agência de publicidade Dentsu – uma das maiores do mundo – em parceria com o fotógrafo Gledhill Linden resolveu unir todos esses elementos para promover as impressoras Canon Pixma. O resultado é uma competente campanha da marca, com um visual artístico e muito interessante.
Primeiro, coloca-se uma fina membrana na superfície de um alto-falante; depois, se goteja tintas de várias cores sobre essa mesma membrana. O espetáculo começa quando o alto-falante é ligado. A vibração sonora desperta nas gotículas um movimento que resulta em um jogo deslumbrante de cores e desenhos, com infinitas possibilidades de formas por causa das variadas frequências experimentadas.

Obviamente, para conseguir capturar as imagens nos perfeitos e mínimos detalhes torna-se necessário ter em mãos equipamentos profissionais e técnicas adequadas. As esculturas foram capturadas com uma técnica que nos permite ver as mutações das formas em sincronia com a vibração e ritmo sonoros. Para que isso fosse possível, câmaras foram posicionadas em ângulos estratégicos a fim de que pudessem circular em volta do objeto em alta velocidade.

As peças esculturais que se formam são um espetáculo artístico impossível de ser ignorado. São cores que surgem de repente como se estivessem a procurar, em desespero, algum quadro em branco, e se contorcem efêmeras, morrendo prematuras. O que se vê são formas de beleza extraordinárias produzidas pelo som e pela criatividade.

Rejane Borges, in obviousmag.org