quinta-feira, 2 de maio de 2024

A implosão da mentira e outros poemas | 3

Mentem no passado. E no presente
passam a mentira a limpo. E no futuro
mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar
em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu
quem mente,
mas o tribunal que o julga
herege/mente.

Mentem como se Colombo partindo
do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.

Mentem desde Cabral, em calmaria,
viajando pelo avesso, 
iludindo a corrente em curso, 
transformando a história do país
num acidente de percurso.

Affonso Romano de Sant’Anna, in A implosão da mentira e outros poemas

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