Como
corres, arroio fugitivo?
Adverte,
para, pois precipitado
Corres
soberbo, como o meu cuidado,
Que
sempre a despenhar-se corre altivo.
Toma
atrás, considera discursivo,
Que
esse curso, que levas apressado,
No
caminho, que emprendes despenhado
Te
deixa morto, e me retrata ao vivo.
Porém
corre, não pares, pois o intento,
Que
teu desejo conseguir procura,
Logra
o ditoso fim do pensamento.
Triste
de um pensamento sem ventura!
Que
tendo venturoso o nascimento,
Não
acha assim ditosa a sepultura.
Gregório de Matos, in Antologia Poética
Nenhum comentário:
Postar um comentário