Baiano
entra no campo:
O
Fidel tava com aquele povo todo na praça. O discurso não era longo,
graças a Deus. A massa escutava, embevecida. Quando foi interrompido
por aplausos, pela quadragésima vez, cinco horas de falação, o
grande líder bronqueou: “Os americanos pensam que nós só
gostamos de rumba! Nós gostamos de rumba? Nós somos rumbeiros?".
Um cara meio de porre, logo na primeira fila, pegou o bongô e mandou
no ritmo: “Nós gostamos de rumba?”. O povão entrou no clima:
“Nós
gostamos de rumba?
No!
Nós
somos rumbeiros?
No!
Nós
gostamos de rumba?
No!
Nós
somos rumbeiros?
No!”
Fidel
e a galera dançaram 24 horas.
Depois
das risadas, perguntei:
– Como
seria a adptação dessa piada para a relidade brasileira?
Baiano
não vacilou um segundo.
– Mole,
Blanc. O Collor, no meio do discurso pro Bush, teria uma ideia
genial, e lascaria em inglês:
–The
brazilian problem, my dear Bush, I’ve got it under my skin...
E
o Marcilio:
– Dô!...
E
o Collor:
– Skin!...
E
o Marcilio
– Dô!...
E
a putada toda:
– Skindô,
skindô!
Do
balcão, o Célio perguntou:
– E
aí? E aí?
– Aí,
Rosane entrava, rebolando à frente das fantasmas que não estão no
mapa.
Aldir Blanc, in Brasil passado a sujo
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