Mãe e filho, de George Jakobides
Num
certo dia, Nole Ksum, considerado o homem mais rico do mundo,
instituiu um concurso. Ou seja: quem apresentasse a ele, com
argumentos consistentes, qual a maior preciosidade do mundo, teria
direito a 10% (dez por cento) da riqueza dele. O concurso, inclusive,
foi registrado em Cartório.
Dada
a largada, teve-se, por ordem de postagem, as seguintes tentativas:
O
primeiro candidato disse que a coisa mais preciosa do mundo eram as
sementes, ou mudas. Sem elas, não se produziriam alimentos, tais
como: frutas, hortaliças, legumes, grãos; e, assim, não teria
como a humanidade sobreviver.
Porém,
o homem mais rico do mundo não se satisfez com essa resposta!
O
segundo candidato disse que a coisa mais preciosa do mundo era a
água. Sem água não tem como, no período invernoso, se ter
produção agrícola; e, sem água, nos rios, nos lagos e açudes,
não tem como se fazer irrigação, de frutas, hortaliças, legumes e
grãos.
Porém,
o homem mais rico do mundo, também não se satisfez com essa
resposta!
O
terceiro candidato disse que a coisa mais valiosa do mundo era o ar.
É nele que se encontram, conjuntamente, vários gases. Sem o ar, não
teria como haver plantas, nem como haver animais terrestres e
aquáticos, pois as plantas precisam de gás carbônico para realizar
um processo que lhes garante vida, processo cujo nome é
fotossíntese. Além disso, quase todas as espécies de animais
terrestres precisam do oxigênio para poderem respirar. E quase todas
as espécies de animais aquáticos precisam, também, do oxigênio
para poderem sobreviver.
Porém,
mesmo com uma justificativa tão consistente, o homem mais rico do
mundo não se satisfez!
O
quarto candidato era um jovem franzino, de estatura média, era
reflexivo, de cor parda, descendente de negro e índio. Ele só
falava quando era necessário. Aí, ele, além de ter digitado a
resposta, fez um vídeo, segurando a mão de uma mulher, e com base,
nessa cena, o quarto candidato disse:
A
coisa, aliás, o ser mais valioso do mundo é a nossa mãe, pois é
ela quem gera aqueles e aquelas que produzem sementes, ou mudas; e
lhes dá carinho e amor. É ela quem gera aqueles e aquelas que
produzem alimentos, e lhes dá afago e afeto. É ela quem gera os que
constroem açudes, cacimbões. Gera os que perfuram poços, implantam
adutoras. É ela quem gera os que fabricam oxigênio. Fabricam
veículos. É ela quem gera os que transportam alimentos, e aqueles
e aquelas que zelam pelo ar.
Lida
essa resposta, o homem mais rico do mundo se rendeu e, realmente
concedeu 10% (dez por cento) de toda a sua riqueza, para o jovem
vencedor do concurso. Só que o jovem quis, somente, 1% (um por
cento) da riqueza do homem mais rico do mundo e, mesmo assim, disse
ainda que só iria receber e investir essa riqueza, depois que sua
mãe morresse, pois, para o jovem vencedor do concurso, nada mais
valia do que sua mãe! Então, o jovem iria se dedicar, primeiro à
sua mãe, que já sofrera muito, para criá-lo e educá-lo. Ele
enfatizou que o salário que já ganhava, era suficiente para ele, a
mãe e outros familiares viverem, confortavelmente. E ele disse mais:
“Eu quero viver dos rendimentos que essa riqueza produzir, pois, do
prêmio que eu recebi, eu não quero usufruir diretamente, mas,
indiretamente, como consequência de minha capacidade empreendedora”.
Depois,
o jovem foi pesquisar e descobriu que a mãe, do homem mais rico do
mundo, estava muito doente e hospitalizada, e o superbilionário
estava muitíssimo preocupado, porque constatara que: nada, nada,
nada valia tanto quanto o carinho, o amor, a atenção, a dedicação
e a lealdade de uma mãe. Nem mesmo a máxima riqueza valia tanto. Há
quem suspeite que o homem mais rico do mundo, talvez tenha se
centrado muito mais em enriquecer do que em conviver em família.
E
como se não bastasse, o jovem vencedor do concurso, como crente
fervoroso que era, ainda acrescentou: “Mãe, é algo tão
relevante, que até Deus, mesmo sendo Onipotente, escolheu uma Mãe
para o Seu Filho, para o Seu Filho primogênito e unigênito.
Fausto Magalhães, Especial para o Rapadura Cult
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