Ninguém
é mais miserável do que aquele que anda em círculos e “vai até
os confins da terra”, como diz o poeta. Enquanto conjectura sobre o
conteúdo das mentes de seus vizinhos, esquece que basta atender ao
próprio gênio interior e reverenciá-lo sinceramente. Essa
reverência consiste em mantê-lo puro, distante das paixões, da
irreflexão e da insatisfação com o que advém dos deuses e dos
homens.
A
obra dos deuses deve ser venerada por sua excelência e a dos homens,
querida graças ao parentesco. Não obstante, essa, às vezes, merece
pena devido ao desconhecimento dos homens acerca do bem e do
mal—cegueira equivalente a não conseguir distinguir preto e
branco.
Marco Aurélio, in Meditações do Imperador Marco Aurélio: Uma Nova Tradução
Nenhum comentário:
Postar um comentário