A boca do inimigo jamais seria ofendida,
toca do espírito à tona do corpo, ao fundo da eternidade. À morte,
cortada a cabeça no alegre cântico, a boca aberta haveria de exalar
na mudez suas palavras antigas, essa língua suja, e descansar por um
instante. Depois, a comunidade abaeté escolheria as pedras mais
polidas e, um a um, deixariam no côncavo daquele espanto a promessa
de tudo se reimaginar, nascendo de outro jeito, e o inimigo
encantaria para a abundância da mata, o órgão vital, e passaria a
ser educado na acalmia pela Verdadeiríssima Divindade.
À deposição da pedra, todos, opacos
guerreiros, opacas femininas e transparentes pronunciavam o nome que
o pajé intuíra para abrigar o espírito inimigo na gentileza
abaeté. Pai Todo intuíra que aquele seria Lonjura Serena, haveria
de perdurar a espiar o céu distante. E cada guerreiro, feminina e
transparente se abeirou da cabeça quieta no entrançado de folhas e
entoou:
Lonjura Serena, nossas ilhas, nossos
igarapés e três mares, nossa memória e alegria, todos os bichos e
todas as originalidades te celebrem com a sacralização eterna e a
paz, e teu espírito esteja aninhado no coro da Pedra Que Soa até
que regresse na promessa do osso do relâmpago.
E as pedras podiam já cobrir o rosto e
cair empilhando-se em volta, porque os abaeté estavam férteis, eram
mais do que nunca, nasciam dos ventres incansáveis, ovos chocando ao
cimo das pernas das femininas jovens e confiantes.
Limpavam os ossos que usariam de adorno
triunfante e para suas flautas. Cuidavam da fortuna do corpo do
inimigo, que sucumbira à astúcia da comunidade sempre valente e
atenta, seguindo os rituais ancestrais de dignificação da mais
importante caça. O corpo do inimigo semelhante era específico, a
Verdadeiríssima Divindade deixara claro na infinidade de intuições
de mil gerações de pajés. O semelhante era o melhor inimigo,
deveria valer pelo espírito que se mudaria para a encantaria
vencedora e se veria por ele amada e protegida. O terreiro organizava
o ofício enquanto, a todo o momento, a encantaria vinha perto e se
ocupava desse que acabava de chegar à morte. Sobre o espaço abaeté
se punha o sopro vocabular do vento que dizia aos maduros a maravilha
daquele gesto. E os maduros anunciavam aos mais novos a boa notícia
e a comunidade demorava com esmero nas honrarias e nos prazeres.
Lonjura Serena ficou no entrançado de
folhas e o povo cantou:
obrigado por nosso irmão, obrigado por
nossas ilhas, cada dente é uma fera, em cada fera outra fera. A mata
traz, a mata liberta.
E cantou:
abençoado povo dos três mares, do
pequeno e do grande igarapé, dos bandos vermelhos, da cova de
jacaré, da cova de jacaré, da grande cova de jacaré, do caminho da
subida, da Pedra Que Soa e da paz e sua guerra até ao último
guerreiro em pé.
Suavam os fumos das fogueiras, levantados
agora à lua pelas copas. Naquela noite, em todas as noites assim, no
terreiro, em torno do coto da figueira, acordavam as aves, todas as
aves dispersando na imensidão o espírito do inimigo agora convidado
a ser culto.
No alvoroço, misturado com tantos mais
transparentes, um curumim azarava diferente, medrando em sua
complexidade uma dúvida. Era antes de poder verbalizar, de saber
proferir o que significava seu próprio corpo intruso, mas muito
pouco antes. Crescia para sua opacidade e todos os guerreiros e todas
as femininas haviam já entendido que ele se media e meditava,
esperavam aquele instante receosos. Pai Todo, chefiando a comunidade,
foçou o curumim e perguntou:
Honra, porque não depositaste ainda a
pedra. É tua vez de criar irmandade com o inimigo que a morte educa.
Educa o morto.
O curumim, resistindo em seu interior,
moveu-se para junto da cabeça exposta e tomava em mão a pedra que
escolhera, mas hesitava. Sabia a fala de abrigo, sabia o que
pronunciar, mas era retraído por uma qualquer fúria que não
definia. Pai Todo chefiou:
proclama, abriga teu novo irmão.
E o pequeno Honra, subindo um pouco em
seu orgulho, respondeu:
não sinto.
Quando fugiu aldeia fora, mata adentro,
talvez a caminho do pequeno igarapé, a cobra amistosa, Honra não se
explicou e ofendera o pajé sem limite. Qualquer ofensa assim poderia
protelar sua maturação e obrigar a que mantivesse um modo de vida
pueril, impedido de ser guerreiro, formar família, ter a graça de
uma feminina para as folias da fertilidade e do surgimento dos
filhos. Diria, depois, que gerava euforia pelo instante de caçar e
matar, mas não pelo abrigo. Não sentia euforia por abrigar o
espírito do inimigo na encantaria abaeté, confessava mais, preferia
que isso não acontecesse. E era superior à sua força. Perigava na
gentileza. Boa de Espanto, mãe de Honra, obrigava a que
sensibilizasse seu ser, pela vergonha e pela falta de inteligência.
O vento sobrevoava os dois na conversa já
do sol seguinte e Boa de Espanto alertava:
a Verdadeiríssima Divindade culpará
cada erro no espírito de quem retém o ódio. Odeia apenas na
defesa. Jamais quem soa se pode propor ao ataque.
E o curumim entoou:
descubro minha fúria muito antes do
ataque, mãe, descubro a fúria muito antes da defesa, ela é o tempo
inteiro. Conte, sagrada mãe. Conte como foi que intuíram meu nome.
Pai Todo intuiu que eu sou o Honra. Que farei dessa obrigação.
A feminina silenciou. Não entendia se
seria demasiado cedo para que o filho soubesse. Melhor seria que Pai
Todo bem medisse o tempo e o usasse para as notícias e
conhecimentos. O curumim havia ficado noite toda junto ao igarapé
pequeno. Estava líquido. Seus olhos turvos. Seu espírito ondulava.
Primeira educação dos abaeté era feita
por essa cobra amistosa, o estreito curso de água que seguia pelas
duas aldeias, a subida e a litoral. Entre os cinco e os dez tempos
das estações mais quentes, antes da opacidade, todos os curumins e
todas as curatãs precisavam de ficar ali esperando que a expressão
da água descodificasse. Observando, nadando, os corpos de pouca
altura demoravam naquele lugar, mantendo-se limpos, em movimento,
escutando como no interior mais protegido da ilha corria
infinitamente a água que podiam beber e com a qual se glorificavam.
Beber era convidar o órgão vital a mexer a toca do espírito e a
frescura era uma graça das coisas eternas. Abriam também a boca e
uns aos outros se espreitavam. Entoavam:
toca do teu espírito é funda, dá para
ver nada, só que não termina, é gigante. Tu também és gigante.
Depois, em jogos, banhando à pressa, os
pequenos corpos vermelhos eram como guerras do próprio sangue
azarando por sobre e ao fundo das águas. E os transparentes
inventavam nomes para Honra, que se cansava a protestar. Tristeza
Branca, Maior Inimigo, Medo Branco, Fedor, Feio. Alguém chefiava que
acalmassem. Aquietavam na generosidade da mata e prestavam atenção.
Os abaeté haviam intuído que se faziam
adultos pela complexidade. O conhecimento era complexo e chegava aos
que perdiam para sempre a candura inútil da distracção. O igarapé
educava para a atenção e para a mudança de vontade, porque
mantinha o movimento, mas o mesmo gesto podia fazer-se gentil ou
trazer o perigo. Em algum instante, todos os transparentes começariam
a contar cada peixe correndo. Em algum instante, todos os
transparentes começariam a caçar os peixes correndo para favorecer
suas fomes e as fomes da comunidade. Lenta mas gratamente, cada
curumim e cada curatã conquistavam sua opacidade, esse segredo que a
mata ia revelando e que se inscrevia em suas forças sem muita
possibilidade de ser explicado, verbalizado. Era importante deixar
livres as coisas que não queriam ter nome. O nome é uma palavra
habitada mas algumas entidades eram no desabrigo puro, acolhidas pela
criação sem necessidade de maior forma, sem necessidade de som.
Eram atributos puros do silêncio. Assim se explicavam quando alguém
questionava. Respondiam que havia sido um atributo puro do silêncio.
Tinha nenhum nome. Era sem vocábulo. De entre todos os pequenos
corpos, Honra era quem mais pressentia sua inevitável perdição.
Ávido por crescer, abusador em todas as coragens, alimentando mais
do que adultos condecorados pela opacidade, Honra ficava junto do
igarapé numa fúria que apenas aumentava, sem poder declarar razão
concreta para seu estado sempre malcontente. Via os outros como à
distância de muitas estações quentes, tão mais entretidos em suas
incúrias, distracções absolutas que os tornavam imprestáveis. Se
houvessem de estar em perigo, nenhum se pouparia a morrer. Ele era o
único que poderia golpear um jacaré, tomar uma cobra pelo esganado
da boca e levá-la ao arrependimento por o ter querido morder. Era
perfeitamente capaz de agarrar cada peixe correndo ilha líquida
abaixo, mas já se cansara de o fazer e fugia do mais macio da água.
Honra fugia do macio da água, esses lugares onde ela parava um
pouco, ficava mais larga abrindo entre pedras onde se podiam sentar,
encostar descansando, só lavando a pele. Aí, todos se demoravam a
mirar seus rostos.
Cintilavam na superfície, movendo-se os
sorrisos e as caretas, os lábios cantando alegres. Era para todos
uma alegria claríssima que o igarapé oferecesse um olhar reverso.
Menos para Honra, que espiara tantas vezes em seu rosto as marcas
pálidas do inimigo que fecundara sua mãe.
O inimigo branco feriu Honra no ventre de
uma feminina abaeté. O inimigo feriu o filho no ventre de uma
feminina. E ela restou na mata, distante, batida para morrer mas não
morreu por completo. A encantaria lhe entoou que voltasse a casa. A
Voz Coral esclareceu:
volta a respirar. Teu ovo imaginará um
guerreiro. Teu guerreiro te amará e essa alegria será boa para a
mata.
Quando Boa de Espanto se levantou e
caminhou lenta para a aldeia, enganou o caminho e foi para junto do
areal onde Altura Verde escavava com afinco o tronco que viraria
piroga e a escutou num gemido pequeno. O guerreiro a tomou nos braços
e lhe notou o sangue entre as pernas e no alto da cabeça, ele
entendeu o quanto ela esteve perto de morta e perguntou:
sagrada Boa de Espanto, quem foi teu
inimigo.
E a feminina respondeu:
sagrado Altura Verde, foi o branco.
E por que não te matou, perguntou ele
novamente.
E ela entoou:
matou. Mas a encantaria não deu licença
de passar à Pedra Que Soa. Meu ovo imaginará um guerreiro. Fiquei
agora responsável por aguardar que seja capaz de me amar.
Altura Verde, abeirado muito sobre o
rosto ainda aflito da feminina, prometeu:
então eu serei teu duplo. Farei desse
guerreiro um gentil. Isso será bom para a mata.
E a feminina respondeu que sim. Era como
o deveriam fazer.
Os guerreiros abaeté sempre escolhiam as
femininas por compromisso decente. Amavam quando era certo amar. E
Altura Verde amou Boa de Espanto e nasceu a partir da tristeza
daquele dia uma obrigação e dessa obrigação a grata alegria de se
terem juntado.
Em algumas ocasiões, ela voltava a
contar como fora colhida pelo corpo pálido.
De cada vez que contava, ficava com a
impressão de melhor lembrar seu rosto. Pai Todo lhe explicou que era
modo de o chamar. Quando tivesse nenhuma dúvida de suas feições,
seu inimigo estaria diante de si, inteiro, trazido à sua cobrança
pelo verdadeiríssimo direito à vingança. Então, Boa de Espanto
jurava que teria sempre a coragem de lembrar. Recontaria sua
humilhação a vida toda. Recontaria porque isso ensinaria até as
verdadeiríssimas dúvidas a duvidarem menos e a saberem como
novamente levar à mata abaeté o inimigo que teriam o orgulho de
matar.
Honra abeirou o pajé e imediatamente se
prostrou aos seus pés emudecido. E o pajé o deixou. O curumim
rastejou para trás e para diante aos afazeres de Pai Todo que, sem
palavra, seguia suas tarefas importantes, e ninguém se intrometia
para saber que era de Honra naquela horizontalidade até ridícula.
Subitamente, o velho sentou e tomou seu cachimbo, acendendo-o, e
chefiou:
que sentes.
Honra respondeu:
sagrado Pai Todo, sou branco. Sei agora e
não sei como não o via mesmo que vendo. Sou branco. E esta cor não
é cicatriz, é ferida e não sara. O inimigo parasita em mim para
sempre. Sou uma possessão. Um espírito baixado sobre minha
dignidade abaeté. Sou um bicho como nenhum outro da mata. Um inimigo
menos semelhante. Um excremento do branco no ventre de minha mãe.
Sou a morte, sagrado Pai Todo, eu sou a morte. Minha transparência
terminou há muito e sou deixado no igarapé para continuar
distraído, mas não existe mais distracção para minhas evidências
porque eu sou evidente. Não necessito sequer de ver meu rosto, basta
qualquer nico de meus dedos, qualquer nico de qualquer parte de meu
corpo. Tenho essa cor grotesca do inimigo que vive no exterior de
nossa Divindade. Tenho essa prova grotesca de ser metade inimigo e de
me ofender a mim mesmo, que sei da pureza de nossa comunidade e
sonhei com o esplendor de crescer para essa pureza. Entendo agora
minha fúria que me avisava tão antes de meus olhos enxergarem isto
que fica diante de todos. Sagrado Pai Todo, o que poderei ser eu.
Como matarei de mim o que me invade, esta metade intrusa, que recuso.
Eu recuso maturar esta brancura feia. Que feminina se deitará com
este corpo. Que feminina suportará que seu ventre perpetue esta
ocupação, esta sujidade de minha cor, a sujidade de meu sangue. E
como ocuparia eu, agora consciente, o corpo de um filho quando
chegasse a hora de o saber fazer, de o ter de fazer. Como poderia
oferecer-lhe a mesma maldade. Que propósito sobra para um guerreiro
horrendo como eu. Que propósito senão o de matar até morrer
também. Se sou uma ocupação, serei tornado vazio quando me secar a
última gota de sangue. Sagrado Pai Todo, que grau de tristeza se
declara para o que sinto. Suplico-lhe, que grau de tristeza se
declara para o que sinto.
O santo mais perguntou:
assim sabes.
O feio respondeu:
este é o paladar da minha palavra. Minha
palavra Honra.
Pai Todo chefiou:
conversa mais sobre o paladar da tua
palavra.
O feio entoou:
o ódio não é abaeté. Talvez eu não
seja abaeté.
O santo bateu-lhe a cara e chefiou:
cantarás nossas canções em torno da
cabeça que ainda espera, cantarás por amor ao novo irmão. Deixarás
que as escute, entregando-lhe seus mistérios e sua alegria. Depois,
levaremos Lonjura Serena ao escondido da terra e ele estará pronto e
grato para a eternidade. Assim farás, gentil. Procura amansar teus
pensamentos porque são os únicos que te valerão a pena. Honra,
canta. Honra, canta nossas mais belas e sapientes canções. Isso
acalmará a tua presença intrusa. Usa a flauta, toca. Faz a alegria
que te compete e alegra-te. O teu propósito é demasiado importante.
Estaremos todos prontos para o conhecer.
E Honra tomou a flauta, o osso longo de
algum inimigo anterior, e, estremecendo de olhar faiscado, entoou:
sempre que os meus lábios se aproximam
dos ossos aperfeiçoados para o som, mais me apetece morder, roer
como as estúpidas cutias, para que não sobre nada. Sagrado Pai
Todo, se eu pudesse, roeria os ossos e os espíritos inimigos, faria
com que fossem desfeitos por meus dentes furiosos e até serem
incapazes de encontrar o sopro vocabular do vento, o caminho da
encantaria, a robustez infinita da Pedra Que Soa. Seriam uma poeira
irreconhecível a sair-me da boca, iguais a palavras repugnantes que
jamais se poderiam voltar a entoar. Algumas palavras deveriam morrer
quando fossem entoadas, para deixarem de poder abrigar sob sua graça
aquilo que nos
ofende. Alguns nomes deveriam matar, para
deixarem de lembrar quem nos ofendeu. Seríamos livres, sagrado Pai
Todo, seríamos livres porque, nem querendo muito, saberíamos como
recuperar aquela lembrança e assim para sempre.
Pai Todo lhe bateu de novo. O rosto
descido do curumim não podia paz alguma, mas o gesto do grande pajé
era obrigação de domínio. Honra consumava sua pequenez animal e
aninhou. Pediu perdão e o homem santo voltou a chefiar:
canta. Entrega nossas mais belas canções
a teu novo irmão, deixa que saiba seus conhecimentos e mistérios e
o abriga na nossa morte. Na nossa verdadeiríssima morte. Entoa seu
nome. Honra, entoa a fala de abrigo.
E Honra entoou:
Lonjura Serena, nossas ilhas, nossos
igarapés e três mares, nossa memória e alegria, todos os bichos e
todas as originalidades te celebrem com a sacralização eterna e a
paz, e teu espírito esteja aninhado no coro da Pedra Que Soa até
que regresse na promessa do osso do relâmpago.
Para melhor dominar o incauto de Honra,
Pai Todo novamente lhe bateu o rosto e olhou. O animal do curumim
ficou rente ao chão e esperou. Pediu perdão. Depois, tomou a flauta
com cuidado e foi cantar.
Pela mata, sozinho, o feio entregava seu
nome às árvores e às águas. Entoava:
Honra.
E ficava reparando como pousava de sua
voz.
Às conversas com o órgão vital, ao
verdadeiríssimo ouvido, o guerreiro branco procurava um modo de
cindir seu ser em dois. Depois, a metade abaeté poderia matar a
metade intrusa e sarar. Às carobas mais garridas, abraçado até, o
feio prometia:
brotarei novos braços, novo peito,
coração ou olhos, se a metade inimiga for aí e meus braços, meu
peito, coração ou olhos precisarem de ser arrancados e mortos. Eu
brotarei cada bocado do corpo onde esteja meu inimigo que seja levado
para sempre de mim. Nem que brote braços pequenos, um palmo de
peito, um resto de coração ou olhos ínfimos de mosquito. Eu
bastarei de qualquer jeito, desde que me salve de ser também inimigo
e arriscar obedecer à sua cultura avessa. Posso ser menor, ridículo,
mas vermelho. Para que uma cutia valha mais do que uma onça basta
que a cutia pense mais do que uma onça. A mata também é uma
velocidade interior. Corre por dentro. Eu sei que ela corre por
dentro.
As carobas não o negariam. Os guarás
levantaram em bando. Eram fogos sob as copas e depois sobre as copas
e depois acendendo por sobre os mares até ao fim do mundo inteiro.
Valter Hugo Mãe, in As doenças do Brasil
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