A vida do poeta tem um ritmo diferente
Ela o conduz errante pelos caminhos,
pisando a terra e olhando o céu
Preso, eternamente preso pelos
extremos intangíveis.
Vinicius de Moraes, “O poeta”, in: O
caminho para a distância
Se, vida afora, eu escrever dezenas,
centenas de poesias, não sei se um dia merecerei o título de
poetisa. Nem sei se um dia merecerei o título de escritora. Mas sei
que essa brincadeira de escrever é uma estrada tão bela quanto
dolorida. Pisar a terra e olhar o céu. Caminhar sem rumo. Desviar o
percurso. Sentir como criança, chorar como adulto.
É preciso ir muito além de si mesmo.
Venho tentando, não sei se com ou sem sucesso. Venho tentando.
Vinicius, por meio de sua antologia da
capa verde-água, me acompanha há tempos, frequentando malas, voos e
endereços diversos, como uma espécie de bíblia. Essa mania de
embarques e desembarques acaba sendo uma fonte rica de ideias e,
acima de tudo, de angústias. Seja qual for a estrada, é bom estar
em boa companhia.
Ruth Manus, in Um dia ainda vamos rir de tudo isso
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