quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O caminho para a distância

A vida do poeta tem um ritmo diferente
Ela o conduz errante pelos caminhos, pisando a terra e olhando o céu
Preso, eternamente preso pelos extremos intangíveis.

Vinicius de Moraes, “O poeta”, in: O caminho para a distância

Se, vida afora, eu escrever dezenas, centenas de poesias, não sei se um dia merecerei o título de poetisa. Nem sei se um dia merecerei o título de escritora. Mas sei que essa brincadeira de escrever é uma estrada tão bela quanto dolorida. Pisar a terra e olhar o céu. Caminhar sem rumo. Desviar o percurso. Sentir como criança, chorar como adulto.
É preciso ir muito além de si mesmo. Venho tentando, não sei se com ou sem sucesso. Venho tentando.
Vinicius, por meio de sua antologia da capa verde-água, me acompanha há tempos, frequentando malas, voos e endereços diversos, como uma espécie de bíblia. Essa mania de embarques e desembarques acaba sendo uma fonte rica de ideias e, acima de tudo, de angústias. Seja qual for a estrada, é bom estar em boa companhia.

Ruth Manus, in Um dia ainda vamos rir de tudo isso

Nenhum comentário:

Postar um comentário