sábado, 24 de abril de 2021

O espião

Bem o conheço. Num espelho de bar, numa vitrina, ao acaso do footing , em qualquer vidraça por aí, trocamos às vezes um súbito e inquietante olhar. Não, isto não pode continuar assim. Que tens tu de espionar-me? Que me censuras, fantasma? Que tens a ver com os meus bares, com os meus cigarros, com os meus delírios ambulatórios, com tudo o que não faço na vida!?

Mário Quintana, in A rua dos cataventos

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