Minha
razão não perturba a si mesma; digo: não se amedronta nem se
aflige a si mesma. Se outra pessoa qualquer pode amedrontá-la ou
afligi-la, que o faça. Ela própria, por si mesma, não se voltará
para tais direções refletidamente. Que o pobre corpo cuide, se
puder, de não sofrer e que fale se sofrer algo. A pobre alma, que
querem atemorizar, afligir, mas que em última análise forma a
opinião sobre isso, nada sofrerá; sua constituição não a obriga
a tal julgamento. A razão, por si mesma, não tem necessidades; por
isso está livre de perturbações e entraves, a não ser que ela
mesma se perturbe e crie entraves a si própria.
Marco
Aurélio, in Meditações
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