“Tivemos uns bons professores nas
Artes. E alguns péssimos. Mas ao longo da história das nações
todos os líderes dos séculos que nos antecederam, nossos líderes
políticos, foram péssimos professores e nos conduziram agora quase
que a um beco sem saída. Nossos líderes de Estado foram
necessariamente vis, homens estreitos e estúpidos… porque para
liderar as massas de mortos os nossos chamados líderes tiveram que
usar palavras mortas e pregar de um jeito morto (uma dessas maneiras
de morrer é a guerra) a fim de serem ouvidos por mentes mortas. A
História, por ser construída à semelhança de uma colmeia,
deixou-nos nada além de sangue e tortura e desperdício – mesmo
hoje depois de 2.000 anos de cultura semicristã as ruas estão
cheias de bêbados e pobres e gente faminta, e assassinos e a polícia
e o aleijado solitário, e o recém-nascido que é lançado bem no
centro da merda que resta – a Sociedade.
Não sei se o mundo um dia poderá ser
salvo; seria preciso uma reviravolta tremenda e quase impossível.
Mas se não podemos salvar o mundo, que ao menos possamos saber o que
ele é, qual é o nosso lugar.”
Charles Bukowski, in Em defesa
de um certo tipo de poesia, de um certo tipo de vida, de um certo
tipo de criatura com sangue nas veias que um dia morrerá
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