“Eu
acho que a poesia é um inutensílio. A única razão de ser da
poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não
precisam de justificativa porque elas são a própria razão de ser
da vida. Querer que a poesia tenha um porquê, querer que a poesia
esteja a serviço de alguma coisa é a mesma coisa que querer que um
gol do Zico tenha uma razão de ser além da alegria da multidão. É
a mesma coisa que querer, por exemplo, que o orgasmo tenha um porquê.
É a mesma coisa que querer que a alegria da amizade e do afeto tenha
um porquê. Eu acho que a poesia faz parte daquelas coisas que não
precisam ter um porquê. Para que porquê?”
Paulo
Leminski
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