“Não
existe matéria mais resistente nem mais substancial que o tempo. Porque a nossa
duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria
mais nada além do presente - nenhum prolongamento do passado na atualidade,
nenhuma evolução, nenhuma duração concreta. A duração é o progresso contínuo do
passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o
passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação. A memória não
é uma faculdade de arrumar recordações numa gaveta, ou de inscrevê-las num
registro. Na realidade, o passado preserva-se a si mesmo, automaticamente.
Provavelmente acompanha-nos na sua totalidade a cada instante.”
Henry Bergson, in A
Evolução Criadora
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