terça-feira, 20 de março de 2012

O substancial Tempo

“Não existe matéria mais resistente nem mais substancial que o tempo. Porque a nossa duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria mais nada além do presente - nenhum prolongamento do passado na atualidade, nenhuma evolução, nenhuma duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação. A memória não é uma faculdade de arrumar recordações numa gaveta, ou de inscrevê-las num registro. Na realidade, o passado preserva-se a si mesmo, automaticamente. Provavelmente acompanha-nos na sua totalidade a cada instante.”
Henry Bergson, in A Evolução Criadora

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