O educador é cozinheiro que deseja iniciar o seu discípulo nos sabores do mundo – sabores que podem ser a contemplação da simetria de uma teia de aranha, o conhecimento do movimento dos planetas, a habilidade para resolver um problema teórico ou prático, a beleza de As quatro estações. O objetivo final da educação, assim, não é a produção e transmissão de saberes. Esses são apenas meios necessários. É a criação de um corpo sábio, isto é, capaz de distinguir, discriminar, separar o digno de ser degustado, aprovado, do indigno de ser degustado, re-provado.
Rubem Alves, em Do universo à jabuticaba
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