O
jornal dobrado
sobre
a mesa simples;
a
toalha limpa,
a
louça branca
e
fresca como o pão.
A
laranja verde:
tua
paisagem sempre,
teu
ar livre, sol
de
tuas praias; clara
e
fresca como o pão.
A
faca que aparou
teu
lápis gasto;
teu
primeiro livro
cuja
capa é branca
e
fresca como o pão.
E
o verso nascido
de
tua manhã viva,
de
teu sonho extinto,
ainda
leve, quente
e
fresco como o pão.
João Cabral de Melo Neto, in Antologia Poética
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