Tanta
mentira assim industriada
me
fez partir para o deserto
penitente/mente,
ou me exilar
com
Mozart musical/mente em harpa
se
oboés, como um solista vegetal
que
sorve a vida indiferente.
Penso
nos animais que nunca mentem,
mesmo
se têm um caçador à sua frente.
Penso
nos pássaros
cuja
verdade do canto nos toca
matinalmente.
Penso
nas flores
cuja
verdade das cores escorre no mel
silvestremente.
Penso
no sol que morre diariamente
jorrando
luz, embora
tenha
a noite pela frente.
Affonso Romano de Sant’Anna, in A implosão da mentira e outros poemas
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