Desconfiar da observação direta. Um romancista de lápis em punho no meio da vida — esse atento senhor acaba fazendo apenas reportagens. É melhor esperar que a poeira baixe, que as águas resserenem: deixar tudo à deriva da memória. Porque a memória escolhe, recria. Quanto ao poeta, que nunca se lembra, inventa. E fica mais perto da verdadeira realidade.
Mário Quintana, in Porta giratória
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