Nós
precisávamos aceitar o mundo como ele era:
A
babá sentada passiva no parque
Era
raramente abordada por algum príncipe de mentira.
As
manhãs pareciam iguais e imutáveis
Nas
salas da individualidade nas quais acordávamos e ficávamos
Observando
hoje se desdobrar como ontem.
Nossos
amigos não eram beldades do outro mundo,
Nem
sabiam seduzir com palavras; nossos amantes falharam
Agora
e sempre quando o que mais buscamos é a perfeição,
Ou
nos esconder no armário, quando os céus trovejavam.
A
humanidade surgia para nos assombrar em todos os lugares,
Crua,
defeituosa e exigindo mais do que podíamos dar.
E
o tempo estava sempre em disparada como um bonde
Pelas
ruas de uma cidade estrangeira, cidades que vimos
Se
abrindo em grandes e ensolaradas praças
Nós
não encontraríamos novamente, nenhum mapa poderia mostrar —
Jamais
aquelas fontes jorraram sob aquela mesma luz,
Aquelas
árvores douradas, aquelas estátuas verdes e brancas.
Adrienne Rich (tradução de André Caramuru Aubert)
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