Ardor
em coração firme nascido!
Pranto
por belos olhos derramado!
Incêndio
em mares de água disfarçado!
Rio
de neve em fogo convertido!
Tu,
que um peito abrasas escondido,
Tu,
que em um rosto corres desatado,
Quando
fogo em cristais aprisionado,
Quando
cristal em chamas derretido.
Se
és fogo como passas brandamente?
Se
és neve, como queimas com porfia?
Mas
ai! que andou Amor em ti prudente.
Pois
para temperar a tirania,
Como
quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu,
parecesse a chama fria.
Gregório de Matos, in Antologia Poética
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