O
coração de todo o ser humano
Foi
concebido para ter piedade,
Para
olhar e sentir com caridade
Ficar
mais doce o eterno desengano.
Para
da vida em cada rude oceano
Arrojar,
através da imensidade,
Tábuas
de salvação, de suavidade,
De
consolo e de afeto soberano.
Sim!
Que não ter um coração profundo
É
os olhos fechar à dor do mundo,
ficar
inútil nos amargos trilhos.
É
como se o meu ser campadecido
Não
tivesse um soluço comovido
Para
sentir e para amar meus filhos!
Cruz e Souza, in Últimos Sonetos
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