quinta-feira, 16 de março de 2023

O Lobo do Mar | Capítulo 37


Nós nos transferimos imediatamente para o Ghost, voltando a ocupar nossos antigos camarotes e a usar a cozinha do navio. O encarceramento de Wolf Larsen tinha acontecido em boa hora, pois o que devia ter sido o veranico dessas altas latitudes se foi de uma vez por todas, dando lugar a garoas e tempestades. Estávamos gozando de pleno conforto, e a cabrilha inadequada com o mastro suspenso conferia à escuna um ar de atividade e de promessa de partida.
E como tudo isso parecia menos urgente agora que tínhamos agrilhoado Wolf Larsen! Como o primeiro ataque, o segundo também o incapacitara gravemente. Maud fez essa descoberta à tarde, quando foi alimentá-lo. Ele mostrou sinais de consciência e ela tentou falar com ele, mas não obteve resposta. Ele estava deitado sobre o lado esquerdo, visivelmente sofrendo dores. Com um movimento exasperado, girou a cabeça em círculos, afastando a orelha esquerda do travesseiro. Na mesma hora conseguiu ouvi-la e respondeu, e então ela veio me chamar.
Apertando o travesseiro contra sua orelha esquerda, perguntei se ele me escutava, mas ele não reagiu. Retirei o travesseiro e repeti a pergunta, e dessa vez ele respondeu que sim.
Sabe que está surdo do ouvido direito? — perguntei.
Sim — ele respondeu com uma voz grave e intensa —, e pior que isso, todo o meu lado direito está afetado. Parece dormente. Não consigo mover a perna e o braço.
Fingindo de novo? — perguntei com irritação. Ele balançou a cabeça e formou na boca transida um sorriso estranho e torto. E era de fato torto, pois desenhava-se apenas no lado esquerdo, uma vez que os músculos faciais do lado direito não se moviam.
Aquela foi a última cena do lobo — ele disse. — Estou paralisado. Nunca mais vou andar. Quer dizer, só do outro lado — acrescentou, como se tivesse antecipado o olhar suspeito que dirigi à sua perna esquerda, que tinha acabado de se mover e erguido o cobertor com o joelho. — É uma pena — ele continuou. — Gostaria de ter acabado com você antes, Hump. Achei que ainda seria capaz de fazer pelo menos isso.
Mas por quê? — perguntei em um misto de horror e curiosidade.
Sua boca desenhou outra vez aquele sorriso torto e ele disse:
Ah, somente para estar vivo, para viver e fazer coisas, para ser uma parte maior do fermento até o fim, para comê-lo. Qualquer coisa, menos morrer desse jeito.
Ele ergueu os ombros, ou pelo menos tentou, porque só o ombro esquerdo se moveu. Um erguer de ombros torto como o sorriso.
Mas como você explica isso? — perguntei. — Onde reside o problema?
No cérebro — ele disse na mesma hora. — Foram aquelas malditas dores de cabeça que causaram isso.
Elas são sintomas — falei.
Ele acenou com a cabeça.
Não há explicação. Nunca fiquei doente em toda a minha vida. Aconteceu alguma coisa errada no meu cérebro. Um câncer, um tumor, algo dessa natureza, algo que devora e destrói. Está atacando meus centros nervosos, devorando-os aos poucos, célula por célula. É o que a dor me leva a crer.
Está devorando os centros motores também — sugeri.
É o que parece. E a maldição é que preciso ficar aqui deitado, consciente, mentalmente são, sabendo que as redes de comunicação com o mundo estão se desfazendo aos poucos. Não enxergo, a audição e o tato estão indo embora, e, se as coisas seguirem nesse ritmo, daqui a pouco não conseguirei falar. Mesmo assim, vou estar o tempo todo aqui, vivo, ativo e impotente.
Quando você diz que você está aqui, está implicando a probabilidade da existência de uma alma — falei.
Asneira! — ele retrucou. — Significa apenas que os centros físicos mais superiores do meu cérebro não foram afetados pelo ataque. Consigo lembrar, consigo pensar e raciocinar. Quando isso for embora, vou junto. Eu não existo. Alma?
Ele desatou uma risada zombeteira e depois encostou a orelha esquerda no travesseiro, indicando que não queria mais conversar.
Maud e eu voltamos ao trabalho oprimidos pelo destino medonho que se abatera sobre ele, e ainda estávamos por descobrir quão medonho realmente era. Um destino que carregava um terrível componente de retribuição. Nossos pensamentos eram profundos e solenes e conversamos o mínimo possível, somente em sussurros.
Você poderia retirar as algemas — ele disse aquela noite quando fomos verificar seu estado. — É totalmente seguro. Estou paralítico agora. Precisamos nos preocupar a partir de agora com as escaras.
Ele abriu aquele sorriso torto e Maud, com os olhos cheios de terror, foi forçada a virar o rosto.
Seu sorriso está deformado, sabia? — perguntei, pois ela precisaria cuidar dele e eu queria poupá-la ao máximo.
Então não sorrirei mais — ele disse calmamente. — Pensei mesmo que algo estava errado. Minha face direita passou o dia dormente. Sim, tive sinais disso nos últimos três dias. Meu lado direito parecia estar dormindo aos poucos, às vezes o braço ou a mão, às vezes a perna ou o pé.
Um pouco depois ele perguntou:
Quer dizer que meu sorriso está deformado? Bem, de agora em diante, considere que estou sorrindo por dentro, com a minha alma, se preferir, com a alma. Considere que estou sorrindo agora.
E ele ficou quieto por vários minutos, regozijando-se com sua grotesca fantasia.
O homem que ele era estava intacto, era o velho e indomável Wolf Larsen, preso em algum lugar daquela carne que já fora tão invencível e imponente. Agora ela o agrilhoava com correntes inanimadas, emparedando sua alma na escuridão e no silêncio, barrando-o desse mundo que, para ele, havia sido um turbilhão de pura ação. Ele nunca mais conjugaria o verbo “fazer” em todos os tempos e modos. “Existir” era tudo que lhe restava, existir sem movimento, como ele havia definido a morte. Desejar sem executar. Pensar, raciocinar e estar vivo como sempre em espírito, mas morto na carne, bem morto.
E mesmo assim, após eu remover as algemas, não conseguimos nos adaptar à sua condição. Nossas mentes se recusavam. Para nós, ele ainda estava cheio de potencial. Não sabíamos o que esperar dele em seguida, que gesto temível ele poderia cometer de repente, sobrepujando a carne. Nossa experiência prévia justificava tal disposição e seguimos trabalhando com a ansiedade sempre à espreita.
Resolvi o problema da cabrilha, que era curta demais. Usando a nova talha singela que eu havia construído, icei a base do mastro de proa por cima da amurada e depois o baixei até o convés. Em seguida, usando a cabrilha, carreguei para bordo o mastaréu principal. Seus doze metros de comprimento garantiriam a altura necessária para balançar o mastro adequadamente. Com a talha secundária que eu havia conectado à cabrilha, virei o mastaréu até uma posição quase perpendicular, baixei a base até que tocasse o convés e fixei-a no lugar com calços bem fortes. O moitão simples de minha cabrilha original foi preso à ponta do mastaréu. Assim, carregando essa talha até o cabrestante, eu podia levantar e baixar a ponta do mastaréu à vontade mantendo sua base no lugar, e com os patarrases eu podia levar o mastaréu de um lado a outro. Amarrei outra talha de içar à ponta do mastaréu. Quando todo o mecanismo ficou pronto, me espantei com a força e a margem de manobra que ele proporcionava.
É claro que foram necessários dois dias de trabalho para concluir essa etapa da tarefa, portanto foi apenas na manhã do terceiro dia que consegui erguer o mastro de proa do convés e virá-lo na posição correta para encaixar a base. Nessa parte, minha falta de habilidade ficou mais evidente que nunca. Serrei, aparei e entalhei a madeira gasta até que ela parecia ter sido roída por um rato gigante. Mas encaixou.
Vai funcionar, sei que vai! — bradei.
Conhece o teste final do dr. Jordan para identificar a verdade?(97) — perguntou Maud.
Sacudi a cabeça e interrompi a limpeza da serragem que tinha caído em meu pescoço.
Podemos fazer funcionar? Podemos confiar nossas vidas a isso? Eis o teste.
Ele é um de seus preferidos — falei.
Quando desmanchei meu velho Panteão e descartei Napoleão, César e seus amigos, construí logo em seguida um novo Panteão — ela respondeu, séria —, e o primeiro que empossei foi o dr. Jordan.
Um herói moderno.
Muito mais herói por ser moderno — ela emendou. — O que são os heróis da Antiguidade perto dos nossos?
Assenti. Éramos parecidos demais em muita coisa para que uma discussão fosse possível. Nossos pontos de vista e visões de mundo, pelo menos, eram muito semelhantes.
Para um par de críticos, até que concordamos demais — ri.
Como engenheiro naval e valorosa assistente também — ela se juntou ao riso.
Mas não sobrava muito tempo para rir naqueles dias, em função do trabalho pesado e da arrepiante morte em vida de Wolf Larsen.
Ele tinha sofrido outro ataque. Perdera a voz, ou estava perdendo. Conseguia usá-la somente às vezes. Nas palavras dele, as linhas de comunicação eram como o mercado de ações, ora em alta, ora em baixa. Havia ocasiões em que as linhas estavam operantes e sua fala era a mesma de sempre, apenas um pouco mais devagar e arrastada. De repente ele perdia a fala, às vezes no meio de uma frase, e podíamos ter que esperar horas até que a conexão fosse restabelecida. Ele reclamava de uma dor muito forte na cabeça, e foi nesse período que acabou inventando um sistema de comunicação para ser usado nos momentos de perda total da fala. Um aperto da mão para “sim”, dois para “não”. E ainda bem que ele inventou isso, porque à noite sua voz sumiu de vez. A partir daí ele passou a responder nossas perguntas com apertos da mão, e quando queria dizer algo anotava seus pensamentos com a mão esquerda, de forma um tanto legível, numa folha de papel.
O inverno rigoroso nos alcançou. Era uma ventania após a outra, com neve, granizo e chuva. As focas iniciaram sua grande migração para o sul e a colônia ficou praticamente deserta. Trabalhei em ritmo febril. Apesar do mau tempo e do vento, que me atrapalhava especialmente, eu permanecia no convés do raiar do dia até o cair da noite e ia realizando bons progressos.
Ganhei muito com o que aprendi levantando a cabrilha e depois escalando-a para prender os patarrases. Ao topo do mastro de proa, já convenientemente erguido sobre o convés, prendi as vergas, os estais e as adriças de boca e de pique. Como nas outras vezes, eu havia subestimado a quantidade de trabalho exigida por essa etapa e levei dois dias inteiros para concluí-la. E ainda havia muito a fazer. As velas, por exemplo, precisariam ser praticamente refeitas.
Enquanto eu trabalhava duro para instalar o cordame no mastro de proa, Maud costurava as velas e ficava sempre de prontidão para me acudir quando eram necessárias mais que duas mãos. As lonas eram duras e pesadas e ela costurava com a agulha triangular típica dos marinheiros. Em pouco tempo suas mãos ficaram cheias de bolhas, mas ela insistiu bravamente, sem deixar de cozinhar e cuidar do enfermo.
Cruze os dedos — falei na manhã de sexta-feira. — Hoje aquele mastro vai para o lugar.
Estava tudo pronto para a tentativa. Levei a talha do mastaréu até o cabrestante e levantei o mastro até um pouco acima da altura do convés. Firmando bem essa talha, levei a cabrilha (que estava ligada à ponta do mastaréu) até o cabrestante e, depois de dar algumas voltas, deixei o mastro livre e em posição perpendicular.
Maud bateu palmas assim que pôde tirar as mãos da manivela e vibrou:
Funciona! Funciona! Podemos confiar nossas vidas a isso!
Em seguida, assumiu uma expressão desolada.
Não está em cima do buraco. Você vai ter que fazer tudo de novo?
Abri um sorriso magnânimo e, dando folga a um dos patarrases do mastaréu e puxando o outro, trouxe o mastro com perfeição até o centro do convés. Mesmo assim, ele não estava exatamente alinhado com o buraco. Ela assumiu a mesma expressão desolada e abri o mesmo sorriso magnânimo. Soltando a corda da talha do mastaréu e puxando um comprimento equivalente na talha da cabrilha, deixei a base do mastro bem em cima do buraco no convés. Passei a Maud instruções cuidadosas para baixá-lo e desci no porão para ter acesso ao encaixe no fundo da escuna.
Dei o grito para ela e o mastro se moveu com facilidade e precisão. A base quadrada desceu reto sobre o encaixe quadrado, mas girou um pouco ao descer, de forma que um quadrado não se encaixou bem no outro. Não hesitei nem por um instante. Gritei a Maud para interromper a descida, fui até o convés e amarrei a talha singela ao mastro com um nó corrediço. Pedi a Maud para puxá-la e voltei ao porão. À luz da lanterna, vi a base girar lentamente até que seus lados coincidissem com os lados do encaixe. Maud amarrou a corda e retornou ao cabrestante. O mastro veio descendo devagar os vários centímetros restantes, girando novamente. Maud ajustou mais uma vez o giro com a talha singela e voltou ao cabrestante para descer o mastro. Os quadrados se encaixaram. O mastro estava afixado.
Deixei escapar um grito e ela desceu correndo para ver o resultado. Contemplamos, à luz amarela da lanterna, o que tínhamos acabado de realizar. Olhamos um para o outro e nossas mãos tatearam o caminho e se uniram. Nossos olhos ficaram úmidos, acho, por causa da alegria trazida pelo sucesso.
Foi tão fácil de fazer, no fim das contas — comentei. — Todo o trabalho ficou na preparação.
E todo o júbilo na conclusão — acrescentou Maud. — Quase não consigo acreditar que o grande mastro está erguido e afixado. Que você o tirou de dentro d’água, o transportou pelo ar e o encaixou no devido lugar. Foi uma tarefa para um titã.
E eles próprios fizeram muitas invenções — comecei a dizer com satisfação, até que fiz uma pausa para farejar o ar.
Olhei a lanterna, afobado. Não estava soltando fumaça. Farejei de novo.
Alguma coisa está queimando — Maud disse com súbita convicção.
Saltamos ao mesmo tempo em direção à escada, mas corri na frente dela até o convés. Um denso volume de fumaça escapava pela escotilha da baiuca.
O lobo ainda não morreu — murmurei comigo mesmo enquanto descia atravessando a fumaça.
A fumaça estava tão densa naquele espaço fechado que fui obrigado a tatear pelo caminho, e o espectro de Wolf Larsen em minha imaginação era tão poderoso que me preparei para que o gigante impotente saltasse no meu pescoço para me estrangular. Hesitei, pois o desejo de subir a escada e voltar para o convés ameaçava me dominar. Então me lembrei de Maud. A última visão que tive dela, iluminada pela lanterna no porão do navio, com seus olhos castanhos afetuosos e úmidos de alegria, surgiu num clarão diante dos meus olhos e me convenceu de que eu não podia voltar atrás.
Eu estava engasgando e tossindo quando alcancei o beliche de Wolf Larsen. Estendi minha mão e tateei até encontrar a dele. Ele estava deitado e imóvel, mas se moveu um pouco ao sentir meu contato. Passei a mão por cima e por baixo de seus cobertores. Nenhum sinal de calor ou fogo. Mas a fumaça que me cegava e me fazia tossir precisava estar vindo de algum lugar. Perdi a cabeça temporariamente e vaguei em desespero pelo interior da baiuca. Um choque com a mesa quase me tirou o fôlego e me fez recuperar o controle. Pensei e concluí que um homem incapacitado só poderia ter iniciado um incêndio perto do local onde estava.
Me aproximei de novo do beliche de Wolf Larsen. Maud estava ali. Há quanto tempo ela estava naquela atmosfera sufocante, isso eu não fazia ideia.
Suba para o convés! — ordenei com firmeza.
Mas Humphrey… — ela começou a protestar com uma voz rouca e estranha.
Por favor! Por favor! — gritei com rispidez.
Ela obedeceu e começou a se afastar, mas então pensei: “E se ela não conseguir encontrar a escada?” Fui atrás dela e parei no pé da escada da escotilha. Talvez ela já tivesse subido. Eu estava ali, hesitante, quando ela choramingou:
Humphrey, me perdi.
Eu a encontrei desnorteada na parede próxima ao tabique e, meio conduzindo-a, meio carregando-a, levei-a pela escada. O ar puro era como néctar. Maud estava apenas tonta e enfraquecida, e eu a deixei deitada no convés antes de mergulhar na escotilha pela segunda vez.
A origem da fumaça devia estar muito próxima de Wolf Larsen. Isso estava decidido em minha cabeça, portanto fui diretamente a seu beliche. Enquanto eu tateava os cobertores, alguma coisa quente caiu no dorso da minha mão. Me queimei e recolhi a mão. Então compreendi. Ele tinha ateado fogo ao colchão do beliche superior pelas frestas do estrado. O braço esquerdo ainda funcionava bem o suficiente para que ele fizesse isso. A palha úmida do colchão, acesa por baixo e privada de ar circulante, estava chamuscando devagar.
Quando puxei o colchão para longe do beliche ele pareceu se desintegrar em pleno ar e foi consumido pelas chamas. Abafei a palha que restou em cima do beliche e corri para o convés em busca de ar fresco.
Vários baldes de água foram necessários para apagar o colchão em chamas sobre o piso da baiuca, e dez minutos depois, quando quase toda a fumaça tinha saído, permiti que Maud descesse. Wolf Larsen estava inconsciente, mas em questão de minutos o ar fresco o restaurou. Estávamos trabalhando por cima dele quando ele fez sinal pedindo lápis e papel.
Por favor não me interrompam — ele escreveu. — Estou sorrindo.
E momentos depois:
Ainda sou um pedacinho de fermento, está vendo?
Ainda bem que foi reduzido a esse pedacinho de nada — falei.
Obrigado — ele escreveu. — Mas pense o quanto menor ainda ficarei antes de morrer. — E depois arrematou com um último floreio: — Apesar disso, estou inteiro aqui, Hump. Nunca em minha vida pensei com tanta clareza. Nada me distrai. Concentração perfeita. Estou inteiro aqui, e mais que aqui.
Era como uma mensagem vinda da escuridão do túmulo, pois o corpo daquele homem tinha se tornado o seu mausoléu. Naquela sepultura tão estranha, seu espírito se agitava e vivia. Ele se agitaria e viveria até o rompimento da última linha de comunicação. E quem poderia dizer por quanto tempo mais depois disso?

97. Alusão à seguinte observação do cientista norte-americano David Starr Jordan (18511931): “Este é o teste final da verdade científica: podemos fazer isso funcionar? Podemos confiar nossas vidas a isso?”, encontrada em seu artigo “The Stability of Truth”, publicado em março de 1897 na revista Popular Science Monthly.

Jack London, in O Lobo do Mar

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