Teofrasto
revela-se um verdadeiro filósofo ao fazer uma comparação
corriqueira entre maus atos. Ele diz que maus atos motivados por
desejos são mais condenáveis do que aqueles incitados pela raiva,
pois quem está enfurecido parece se afastar da razão com certa dor
e contração inconsciente. Por outro lado, quem ofende movido pelo
desejo e direcionado pelo prazer parece mais intemperante e menos
viril em suas ofensas.
Teofrasto
tem razão, e está filosoficamente correto, ao classificar maldades
conduzidas pelo prazer como mais prejudiciais do que as comandadas
pelo sofrimento. Uma pessoa é prejudicada e levada à ira pela dor.
A outra é levada à maldade por uma agitação interna—arrastada
pelo desejo.
Marco Aurélio, in Meditações do Imperador Marco Aurélio: Uma Nova Tradução
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