Ieoana
recita-me estrofes em grego moderno — demótike — língua
que bem se aproxima do ronrom de um gato; daí, rir, chamarem-lhe
também romaico. Perguntei o que aquilo. Anacreonte?
— Nem
não. São de amigo meu, cipriota, alfaiate em Istambul. Gosta de
Anacreonte?
— Ele
está sempre a chamar a amada, ou o escravo, querendo vinho...
— Ele,
Anacreonte, mesmo, é quem nos serve o vinho. Se Você fosse
Anacreonte, pediria que eu caminhasse descalça sobre pétalas de
rosas, e depois me beijaria os pés...
— E
se...
— Não,
não; desculpe. Falo de versos, Você é Anacreonte?
Guimarães
Rosa, in Ave, Palavra
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