Amor
é bibelô de louça. Ciúme é a consciência de que o objeto amado
não é posse: bibelôs quebram fácil. Por isso, o amor dói, está
cheio de incertezas. Discreto tocar de dedos, suave encontro de
olhares: coisa deliciosa, sem dúvida. E é por isso mesmo, por ser
tão discreto, por ser tão suave, que o amor se recusa a segurar.
Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Rubem
Alves, in Do universo à jabuticaba
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