Ok, ok, ok, ok, ok,
ok
Já sei que querem
a minha opinião
Um papo reto sobre
o que eu pensei
Como interpreto a
tal, a vil situação.
Penúria, fúria,
clamor, desencanto
Substantivos duros
de roer
Enquanto os ratos
roem o poder
Os corações da
multidão aos prantos.
Alguns sugerem que
eu saia no grito
Outros que eu me
quede quieto e mudo
E eis que alguém
me pede “encarne o mito”
“Seja nosso
herói”, “resolva tudo”.
Dos tantos que me
preferem calado
Poucos deles falam
em meu favor
A maior parte adere
ao coro irado
Dos que me ferem
com ódio e terror.
Já para os que me
querem mais ativo
Mais solidário com
o sofrer do pobre
Espero que minha
alma seja nobre
O suficiente
enquanto eu estiver vivo.
Ok, ok, ok, ok, ok,
ok
Ainda querem a
minha opinião
Um papo reto sobre
o que eu pensei
Como interpreto a
tal, a vil situação.
Que o nobre, nobre
mesmo, amava os seus
Prezava mais o zelo
e a compaixão
Tratava seu vassalo
com afeição
A mesma que pelo
cão e o cavalo.
Então não falo,
músico e poeta,
Me calo sobre as
certezas e os fins
Meu papo reto sai
sobre patins
A deslizar sobre os
alvos e as metas.
Ok, ok, ok, ok, ok,
ok
Sei que não dei
nenhuma opinião
É que eu pensei,
pensei, pensei, pensei
Palavras dizem sim,
os fatos dizem não.
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