Tanto
jornal, tanta rádio, tanta agência de informações, e nunca a
humanidade viveu tão às cegas. Cada hora que passa é um enigma
camuflado por mil explicações. A verdade, agora, é uma espécie de
sombra da mentira. E como qualquer de nós procura quase sempre
apenas o concreto, cada coisa que toca deixa-lhe nas mãos o simples
negativo da sua realidade.
Miguel
Torga, in
Diário (1948)
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